Tiago Craveiro, diretor-geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), defende a ideia de que "pelo menos um jogo da Liga devia ser transmitido em canal aberto". Na sua participação nas conferências Soccerex, em Oeiras, o dirigente considerou "um erro" vedar o acesso televisivo aberto aos jogos de futebol.
«Parte do nosso trabalho deve ser tornar o futebol acessível a todos. Desde o preço dos bilhetes até à sua transmissão televisiva. Por isso, defendo que pelo menos um jogo da I Liga devia ser transmitido em canal aberto. Fechar tudo em conteúdos pagos é um erro", atirou, garantindo ainda acreditar que "num curto espaço de tempo as televisões vão deixar de comprar jogos de futebol e poderão ser as grandes empresas a assumir esse papel para depois os disponibilizarem aos clientes, à semelhança do que já acontece com o mercado da ficção".
No mesmo evento, Pedro Proença, presidente da Liga, respondeu às críticas que têm sido feitas aos horários tardios de muitos jogos do campeonato, deixando a garantia de que "estão a ser tomadas medidas para evitar esse tipo de situações", embora lembrando que "nem sempre é fácil, até por causa das competições europeias".
"Na última cimeira de presidentes, há dois dias, foram tomadas medidas. Temos de provocar o equilíbrio entre os direitos televisivos, os adeptos e defender os clubes que estão na Europa, e isso é difícil. Estamos a tentar encontrar uma solução. A Liga organiza três competições [campeonato, II Liga e Taça da Liga] e já houve jogos às 11h00. Essa diversificação de horários tem de ser feita com equilíbrios, como sabemos há muitos clubes envolvidos nas competições europeias, temos de cumprir a lei das 72 horas e isso limita-nos", reiterou, admitindo a possibilidade de se começarem a realizar jogos às 12h45 na próxima época e lembrando ainda que ainda é verão e que os interesses dos jogadores também têm de ser defendidos, aludindo aos jogos disputados sob calor extremo.