Os líderes do PSD e do CDS enfrentam-se, esta quinta-feira, pela primeira vez na corrida às legislativas de 2019, num debate transmitido na SIC. Ambos os partidos defendem a descida dos impostos e admitem uma coligação para governar.
Confrontada com o facto de ter afirmado em março de 2018 que queria ser a primeira escolha dos cidadãos, Assunção Cristas elogiou o trabalho do CDS no confronto com a Esquerda ao longo dos últimos quatro anos.
"O CDS tem feito, e fez, durante quatro anos o seu melhor para ser posição às esquerdas, que fizeram mal ao país, Temos a maior carga fiscal de sempre". Depois de 2015 mudamos o nosso sistema político e passamos a ter necessidade de constituir uma maioria, 115 mais 1, o CDS quer contribuir para construir essa maioria", começou por dizer.
"Orgulho-me de ter participado num governo de Passos Coelho e Paulo Portas que tirou o partido da bancarrota. Em 2015 o país mudou. O CDS está no espaço político centro direita em Portugal. Estamos à direita do PS e somos oposição às esquerdas. Votar no CDS é dar força a este projeto alternativo”, defendeu, garantindo que “não fará nenhum acordo estável com o PS nem fará acordo com António Costa".
Já Rui Rio começou por ser questionado sobre o facto de ambos os partidos irem a eleições separados.
"Não vejo o que possa prejudicar a alternativa ao PS. (…) O normal é os partidos irem a eleições separados. Ganharíamos um ou dois deputados por método de Hondt se fossemos coligados. Se tivermos a maioria pós eleições faremos a solução que sempre fizemos ao longo da história", referiu o líder do PSD.
A descida de impostos foi tema central na mesa, com ambos os partidos a mostrar estarem do mesmo lado sobre a atual situação económica.
"O calendário do anterior governo previa que seria acelerado com a melhoria da situação económica. Poderia ter-se baixado impostos. Temos condições para utilizar 60% do excedente orçamental para baixar 15% o IRS e também o IRC para as empresas", começou por defender a líder do CDS.
"O que queremos, que os portugueses tenham melhores empregos e melhores salários, por isso a estratégia de crescimento económico não é esta. Temos de apostar nas exportações e no investimento. Com este governo temos a maior carga fiscal de sempre", disse Rui Rio.
"Com abrandamento económica a proposta de baixar impostos não é irrealista. "Se agora há superavit não é o momento de baixar impostos, quando é? É sempre ajustável a redução de impostos para todas as pessoas. Agora para justificar que não se baixem impostos levanta-se o papão da crise", acrescentou Cristas.
Ainda assim, Assunção Cristas garante que o CDS é “mais ambicioso” do que o PSD na matéria.
"O crescimento económico traz uma folga, 15 mil milhões de euros. 25% para baixar impostos". O nosso quadro macroeconómico é prudência com ambição", disse Rui Rio.
“Concordamos no aspeto essencial de baixar impostos, mas para nós a prioridade é baixar impostos e é de uma forma mais intensa do que o PSD”, disse Cristas, levando Rui Rio a contra argumentar dizendo que o CDS está a medir os impostos de forma diferente do PSD, daí que os números sejam tão diferentes.
Também a "degradação" dos serviços públicos por parte do atual Governo esteve em cima da mesa, com PSD e CDS a concordar que o Executivo de Costa " fez mal" em passar das 40 horas semanais para as 35 horas.