Pelo menos cinco lojas de portugueses foram saqueadas na onda de ataques xenófobos que tem abalado a África do Sul, segundo avançou a Lusa. O balanço provisório é de que os estragos da última semana tenham chegado aos 11,3 milhões de rands (qualquer coisa como 691 mil euros). A tensão não parece estar a diminuir, tendo grupos de sul-africanos armados com bastões marchado pelas ruas de Joanesburgo, este domingo, enquanto cantavam “os estrangeiros têm de voltar para onde vieram”, segundo o Soweten Live. Pelo menos 10 pessoas foram mortas nos motins, que levaram à detenção de mais de 420 pessoas, segundo as autoridades.
Sob a acusação de que os migrantes estariam a roubar empregos sul-africanos, multidões saquearam destruiram lojas, casas e carros, deixando para trás mortos e feridos. “Pareciam formigas para cá e para lá porque arrombaram o estabelecimento por dois lados, pela frente e por trás e aquilo era só acartar”, contou à Lusa Ângelo Agostinho, de 77 anos, proprietário de um supermercado em Joanesburgo – que menciona que a polícia nada fez.
A onda de violência surgiu após uma greve nacional de motoristas, contra a contratação de estrangeiros. O descontentamento é virado sobretudo contra imigrantes de países vizinhos, como a Nigéria e o Zimbabué. Apesar da África do Sul ser uma das maiores economias do continente – atraindo imuitos migrantes – a taxa de desemprego está nos níveis mais altos registados no país: quase 28%.
“Os sul-africanos estão sobretudo descontentes porque acreditam que os nossos negócios negócios se estão a expandir no seu país”, afirmou ao The Daily Beast Peter Amadi, um nigeriano dono de uma loja de roupa em Joanesburgo, que conta ter sido alvo de várias ameaças.