O conselho de administração da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) convocou para amanhã para uma reunião com os administradores do banco com o mesmo nome,avança o jornal i, esta segunda-feira. Este encontro surge depois de a instituição financeira ter sofrido uma baixa: Luís Guimarães renunciou, na sexta-feira, ao cargo de vogal não executivo do conselho de administração, assim como ao cargo de presidente da comissão de auditoria.
O responsável que passou pela administração de Félix Morgado e reforçou a estrutura do conselho geral e de supervisão ao lado de Eugénio Rosa sai do cargo, a 30 de setembro, por discordar do plano de transformação que está a ser implementado pela instituição financeira, assim como pelas práticas governativas da atual administração, apurou o i.
Fonte oficial do banco garante ao i que “a decisão é pessoal e as razões são unicamente do próprio, que sai a bem com a instituição financeira” e, em comunicado, garantiu que o “conselho de administração, está comprometido e determinado na prossecução do plano de transformação em curso”.
O i sabe que este plano foi desenhado pela consultora americana Bain e que custou ao banco 4,8 milhões de euros. Um valor que chegou a ser posto em causa por Luís Guimarães, que solicitou que a remuneração fosse comunicada ao conselho geral.
Este plano prevê a abertura de novos balcões de proximidade – já foram inauguradas seis agências, como a de Fão (Esposende), Abraveses (Viseu), Ferro (Covilhã), Ferreira do Alentejo e Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar) – mas ao que o i apurou contam com poucas dezenas de clientes.
Também em marcha está o Banco Empresas Montepio (BEM) que, no final de agosto, viu a sua administração ser reforçada por Joana Carvalho, Nuno Mota Pinto e Pedro Ventaneira, depois de os nomes terem sido aprovados pelo Banco de Portugal. O nome de Joana Carvalho já tinha sido avançado pelo Sol em fevereiro e, na altura, ao que aquele semanário apurou, a escolha teria causado alguma tensão interna porque até à data não tinha sido feito qualquer convite interno.
Recorde-se que os estatutos do Banco de Empresas Montepio permitem ter 12 administradores.
Solução interina Também em cima da mesa estará o futuro de Dulce Mota, que continua a desempenhar as funções de CEO, mas como uma solução interina e temporária. Esta nomeação foi feita em fevereiro para resolver um problema de acumulação de cargos, ou seja, Carlos Tavares não podia desempenhar a função de CEO e de chairman.
Neste momento, continuam em cima da mesa vários cenários: Dulce Mota pode ser confirmada como CEO, pondo fim à atual incerteza. Carlos Tavares pode voltar a ser CEO – e com isso terá de voltar a ser aberto o processo de designação para um chairman – ou, em última análise, o Banco Montepio poderá recrutar um novo líder.
Também a não divulgação dos resultados semestrais deverá ser outro dos temas a abordar neste encontro.
Reunião com CT Para esta segunda-feira está já marcada uma reunião entre a administração da instituição financeira e a Comissão de Trabalhadores (CT) para analisar os resultados do inquérito interno que tinha como objetivo avaliar o clima organizacional do banco e que foi levado a cabo pela Comissão de Trabalhadores.
No questionário, a que o Sol teve acesso e que foi enviado aos trabalhadores foram colocadas várias questões, nomeadamente sobre a liderança do banco.