Pela primeira vez na história da democracia portuguesa, o PS pode ser o partido mais votado em todos os distritos/círculos eleitorais do Continente e garantir a maioria absoluta na Assembleia da República, mesmo sem chegar aos 40% dos votos nas legislativas de 6 de outubro.
Essa é a principal conclusão da sondagem realizada pela Eurosondagem para o SOL, com o patrocínio da Associação Mutualista Montepio.
Na projeção de resultados e distribuição de mandatos por todos os círculos eleitorais realizada para o SOL pelo politólogo e administrador da Eurosondagem Rui Oliveira e Costa, ficam a restar muito poucas dúvidas quanto à composição do próximo hemiciclo, sendo que a bancada socialista cresce em mais de duas dezenas de assentos parlamentares em relação à atual, fixando-se entre um mínimo de 112 lugares e um máximo de 118.
Quer isto dizer que, mesmo na eventualidade de ficar à bica da maioria absoluta, basta a António Costa garantir o apoio de qualquer outro grupo parlamentar (incluindo o PAN) para assegurar os votos de que precisa.
Pode até acontecer que, caso se repita o cenário guterrista dos 115-115 deputados (Governo/Oposição), a diferença possa ser feita por um dos cabeças de lista dos pequenos partidos por Lisboa (Santana Lopes, Aliança; André Ventura, Chega; João Cotrim Figueiredo, Iniciativa Liberal; Joacine Katar Moreira, Livre; Pedro Pardal Henriques, do PDR), uma vez que o estudo admite a possibilidade de estes conquistarem na círculo eleitoral da capital entre 1 a 3 mandatos.
Com esta projeção de resultados e de mandatos, é praticamente certo que a esquerda terá uma maioria parlamentar de dois terços.
De facto, no cenário menos mau, o PSD perderá 19 dos seus atuais 89 mandatos e a bancada do CDS ficará reduzida a menos de metade – na melhor das hipóteses somarão 78 deputados, precisando que Aliança, Chega e Iniciativa Liberal conquistem em conjunto dois mandatos para chegarem aos necessários 80 (à tangente para evitar os 2/3 da esquerda).