A campanha eleitoral do PStem um condicionamento: António Costa é primeiro-ministro e, por isso, não deve haver mais do que três iniciativas por dia com a presença do secretário-geral socialista. Mas a estrutura de campanha está mobilizada e Costa terá quase todos os dias um comício a encerrar a agenda.
As iniciativas do PS podem sempre sofrer alterações, tendo em conta, não só a agenda do primeiro-ministro, mas também algum tema de atualidade que o justifique. Porém, o discurso parece estar alinhado para a última etapa de campanha: a expressão ‘maioria absoluta’ não entra no léxico socialista, mas está lá de forma indireta: «Dar força ao PSpara continuar a mudança de política» iniciada há quatro anos.
A avaliar pelo último comício desta semana, em Leiria, o discurso de Costa incluirá ainda o registo de que o PS é um partido «aberto aos outros» e ao consenso. Ou seja, o PS não quer afugentar eleitores que receiam uma maioria absoluta.
Os socialistas sob a batuta da secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, pensaram uma campanha mais ecológica (irão plantar árvores depois da campanha para minimizar os efeitos da pegada ecológica deixada pela caravana socialista). Mais, irão distribuir lápis, em vez de canetas (tal como o PSD), e material em papel reciclado. O roteiro do PS será focado mais para o litoral, de norte e sul do país. Distritos como o de Beja, Bragança ou Portalegre já não constam do esqueleto da volta oficial de Costa no período oficial de campanha (22 de setembro a 4 de outubro).
O primeiro-ministro já percorreu vários distritos do interior quando fez a rota da Estrada Nacional 2 e tem estado em várias ações de pré-campanha. Este fim de semana divide-se entre Castelo de Paiva e Espinho.
Na campanha também há outra certeza: a redução do número de almoços , ou seja, menos carne assada. Até ver, o líder socialista só tem previsto dois almoços, um em Matosinhos, no dia 29 de setembro, e outro no último dia de campanha, com o tradicional almoço na Cervejaria Trindade, um habitué nas iniciativas do PS, a fechar as voltas eleitorais.
O recandidato a primeiro-ministro dividirá a agenda entre contactos com as populações (passeios a pé, por exemplo) e arruadas como a tradicional descida do Chiado, após o almoço na cervejaria Trindade. A novidade é a opção por fechar a campanha no Porto. Costa segue de comboio ruma à Invicta e usará os últimos argumentos de apelo ao voto na casa do adversário mais direto. O presidente do PSD, Rui Rio, é do Porto, mas fará o encerramento da campanha na capital.