A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) levantou ontem a suspensão da negociação das ações do grupo Media Capital e da Cofina, após a dona do Correio da Manhã ter chegado a acordo para comprar a empresa que detém a TVI.
Na sessão desta segunda-feira, as ações da Cofina fecharam a valorizar 4,29%, enquanto as da Média Capital não entraram em negociação.
Recorde-se que a dona do CM avançou no sábado com uma oferta pública de aquisição (OPA) à dona da TVI. A Cofina, liderada por Paulo Fernandes, aguarda agora que sejam cumpridas as exigências impostas, nomeadamente a não-oposição da Autoridade da Concorrência (AdC) e a autorização da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
A Cofina propõe-se a pagar à espanhola Prisa 170,6 milhões de euros pelos seus 94,69% da Media Capital, e um total de 10,5 milhões aos restantes acionistas da dona da TVI, que controlam outros 5,31%. Assim, o preço ascenderá a 181 milhões de euros. Além disso, o grupo liderado por Paulo Fernandes irá assumir a dívida da Media Capital, o que faz com que o valor total do negócio suba para os 255 milhões de euros.
O megagrupo ficará com dois canais de televisão de cabo (TVI24 e CMTV), dois sites de informação generalistas e duas marcas de desporto (jornal Record e site Mais Futebol). Junta-se ainda um jornal generalista (CM), várias rádios (nomeadamente Comercial e M80) e ainda um dos três grandes canais de televisão generalista, além dos diversos canais nas plataformas pagas (como o Reality ou o Ficção).
O Sindicato dos Jornalistas já mostrou entretanto a sua preocupação relativa a este negócio: “O SJ considera que a excessiva concentração dos média tem repercussões ao nível da pluralidade e qualidade da informação e, nesse sentido, que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social tem de se pronunciar rapidamente sobre o negócio em curso”, refere o sindicato.
{relacionados}