O ex-chefe da Casa Militar do Presidente da República, tenente-general João Cordeiro, estava a par de tudo no caso de Tancos – nomeadamente, das negociações entre as chefias da Polícia Judiciária Militar (PJM) e os autores do assalto aos paióis, como também a encenação da recuperação e ‘achamento’ das armas três meses depois, na Chamusca, avança, esta quarta-feira, o jornal i.
Esta conclusão do Ministério Público (MP) baseia-se numa série de telefonemas e SMS trocados entre Cordeiro e Luís Vieira (o diretor-geral do PJM), apreendidos na investigação, que provam que ex-chefe da Casa Militar estava igualmente consciente de que a PJM estava a atuar nas costas da Polícia Judiciária civil e desobedecendo à ordem dada por Joana Marques Vidal, então procuradora-geral da República, que atribuíra a esta a liderança da investigação criminal. Além disso, quando mais tarde foi confrontado pelo MP sobre os factos, João Cordeiro alegou desconhecimento absoluto.