O arranque da semana que antecede as eleições legislativas foi marcado pela troca de ataques e a progressiva subida de tom entre o PSD e o PS. O dia de domingo terminou com Rui Rio a acusar os socialistas de baixarem o nível da campanha. Tudo começou na noite de sábado, ainda a propósito do caso de Tancos, com o presidente socialista, Carlos César, a afirmar que o líder social-democrata pretendia sentenciar quem ainda não tinha sido julgado, designadamente, o ex-ministro Azeredo Lopes. Ainda assim, a gota de água que levou Rio a reagir deu-se quando o ministro do PS, Augusto Santos Silva, acusou PSD e CDS de “trazerem as instituições da República para a lama”, durante uma ação de campanha, em Matosinhos.
“Santos Silva regressou ao seu estilo mais trauliteiro, ao jeito de ‘gosto de malhar na direita’. Se não contarmos com a questão da proliferação dos próprios familiares em cargos públicos, constatamos que baixou para o nível de Carlos César”, começou por dizer o presidente do PSD no início da tarde de domingo, através do Twitter.
Já numa ação de contacto com a população em Buarcos, em Coimbra, Rio aprofundou as críticas acusando o PS de estar a “baixar um bocado o nível” da campanha eleitoral. “Para dançar o tango são precisos dois e, portanto, para a tensão crescer também são precisos dois, e aqui vejo mais um, o outro não está a dançar tanto o tango, que é o meu caso. Eu não estou muito disponível para entrar nessa escalada, como se nota no PS através de intervenções, por exemplo, do ministro Augusto Santos Silva agora, do presidente do PS, Carlos César, ontem”, vincou o dirigente.
Ainda sobre Carlos César, aos jornalistas, Rio disse que não tinha “resposta possível” pois as palavras do socialista eram “um disparate sem grande conteúdo”. “Não atirei com instituições para lama nenhuma, eles é que, como digo, baixaram um bocado o nível e o dr. Augusto Santos Silva voltou àquilo que era antigamente, quando era membro do Governo do engenheiro Sócrates e dizia que gostava muito de malhar na direita”, atirou o líder partidário.
Crista ‘devolve’ críticas ao PS
Assunção Cristas também não se deixou ficar e reagiu às palavras do cabeça-de-lista socialista no círculo eleitoral Fora da Europa: “Quem coloca as instituições políticas na lama é quem mantém um candidato a deputado envolvido num processo, que aparentemente soube do que se passou, e quando devia escrutinar o Governo, estava de alguma forma a encobrir também o Governo”, respondeu a líder centrista, fazendo uma referência à mensagem enviada por Azeredo Lopes ao deputado do PS Tiago Barbosa Ribeiro. A presidente do CDS prometeu ainda defender “as pessoas que querem saber aquilo que se passou em Tancos”, concluindo que a “atuação do Governo” foi “absolutamente vergonhosa a desprestigiar” as instituições e a democracia.