O tema é tão sério e tão transversal que a sustentabilidade, nesta vertente de preservação do mundo e da nossa vivência nele, atravessa os diferentes setores e atividades.
O tema já não é exclusivo a ativistas e organizações não governamentais, é um tema de Estado, do povo e das redes sociais (quem não viu o discurso de Greta Thunberg nas Nações Unidas em Nova Iorque ou viu pelo menos parte dele nas redes sociais de algum amigo ou figura pública?).
O tema é de tal forma marcante que até as eleições estão marcadas por ele, levando até à discussão de casos polémicos como a abolição da carne de vaca na Universidade de Coimbra.
Também as marcas vivem intensamente esta preocupação (ou pelo menos devem viver) e integram-na na sua missão.
Mais do que uma tendência, esta obrigatoriedade abre várias oportunidades às marcas de se destacarem e de se tornarem mais relevantes para os seus consumidores.
Na verdade diversos estudos provam que as pessoas não se importam de pagar mais por um produto se este for ‘mais amigo do ambiente’.
Mas este não deve nem pode ser um exercício só do marketing, porque tem que começar no ADN e nas características do nosso produto.
Como pode uma marca alegar que é sustentável e amiga do planeta se depois só aposta em plásticos para envolver os seus produtos? Como pode uma marca afirmar um compromisso ambiental se depois mostra um desperdício inexplicável?
Entre os vários setores atacados, foco -me na moda (até porque estamos a assistir às semanas da moda e me parece atual puxar por esta área).
O desperdício na moda, os materiais, a rotação frenética com que compramos a fast fashion fazem com que este seja de facto um dos setores mais visados.
E tem por isso implementado medidas interessantes para dar a volta à história e para a reescrever com o sentido que ela merece. Desde a abolição do uso de peles verdadeiras até coleções inteiras feitas a partir de lixo encontrado nas praias, passando por apresentação de coleções a chamar a atenção para a situação na Amazónia, são várias as iniciativas que mostram bem que a indústria não está ‘só’ a mudar. Ela tem de mudar.
Nas marcas que trabalhamos diariamente também esta tendência é evidente e de forma mais estruturada ou ‘atabalhoada’ as marcas vão dando resposta e atualizando o seu propósito.
Aproveitemos esta onda de missão coletiva para que as marcas evoluam também num sentido mais positivo e construtivo. Sabemos que no fim do dia elas só querem vender, não sejamos ingénuos, mas sabemos que hoje a venda tem que ir ao encontro do que o mundo está a viver.
E o mundo (ou pelo menos grande parte dele) está preocupado com o planeta, pelo que as marcas não só têm uma palavra a dizer, como podem repensar e tornar-se mais relevantes nos dias de hoje.
Sucesso garantido para as marcas e para um mundo que bem precisa deste sucesso.