Santana Lopes vai lutar até ao fim para eleger um ou dois deputados, mas as dúvidas ainda são muitas. «O objetivo é ter um grupo parlamentar e para isso é preciso dois deputados. Agora depende quem for votar e quem se abstiver», afirmou ontem à agência Lusa o líder da Aliança.
Santana Lopes desvaloriza as sondagens e andou pelo distrito de Lisboa a tentar convencer os abstencionistas. Em Cascais, na quarta-feira, o líder da Aliança defendeu que «o voto útil é inútil nas atuais circunstâncias da democracia portuguesa»,
Santana cruzou-se, nesta ação de campanha em Cascais, com o seu antigo companheiro de partido e presidente da câmara de Cascais Carlos Carreiras.
O fundador da Aliança tomou café com Carreiras e garantiu tratar-se de um «encontro de amigos». Por coincidência ou não apareceram outros amigos. Pedro Pinto e Rui Gomes da Silva também estavam por perto para dar um abraço ao fundador da Aliança.
Houve, no entanto, quem no PSD não gostasse de ver nos jornais a fotografia do autarca social-democrata a tomar café com Santana numa esplanada de Cascais a poucos dias das eleições.
Carreiras foi um dos maiores críticos internos de Rui Rio. Entrou na campanha eleitoral numa iniciativa para apresentar os candidatos pelo círculo de Lisboa e também não gostou que o líder do partido, ao contrário do que estava previsto, não aparecesse.
‘Veio dar-me um abraço’
Santana aproveitou este encontro para dar um sinal de «convergência» entre as forças políticas de direita. «Vindo eu aqui a Cascais, e ele gentil como é sempre, veio dar-me um abraço», acrescentou. Mas, a quatro dias das eleições legislativas, um encontro entre Santana e um crítico de Rui Rio é tudo menos inocente.