Rui Rio confirma recandidatura à liderança do PSD e da bancada parlamentar

“O que está em jogo é demasiado importante”

O presidente do PSD confirmou esta segunda-feira que é recandidato a líder dos sociais-democratas e que, na sua decisão, pesou, sobretudo o interesse do partido e do País. Num hotel, do Porto, Rui Rio apresentou-se com o slogan de “Portugal ao Centro”, e lembrou que a sua “não recandidatura” poderia levar a uma “grave fragmentação dos sociais-democratas.

O argumento já tinha sido usado por uma das suas maiores apoiantes, Manuela Ferreira Leite, antiga líder ‘laranja’. Mas, o discurso de Rui Rio foi, sobretudo, de combate para dentro.

“O nosso objetivo comum tem de ser derrotar o PS e não de derrotar o próprio PSD”. Até ao congresso, Rui Rio será também o presidente da bancada parlamentar. Assim, Fernando Negrão sai de cena, podendo ser o nome escolhido pelo PSD para integrar o conselho de administração do Parlamento, tal como o i já avançou.

Rio apresentou-se como disponível, não só para liderar a oposição ao PS, mas também conduzir o partido para o próximo desafio eleitoral: as autárquicas de 2021.  “ Não estou, no entanto, disponível para voltar a enfrentar deslealdades (…) e boicotes internos nos moldes em que tiver de o fazer”, avisou Rui Rio, acusando os seus adversários de “vaidade” ou até de golpe, como o de janeiro, visando diretamente Luís Montenegro.

Assumindo-se como um recandidato “com espírito de missão”, Rio também respondeu a Miguel Relvas. Que o acusou de não gostar do PSD. “Efetivamente, em parte tem razão porque não gosto mesmo nada do que vejo nos partidos, incluindo o meu”, afirmou Rui Rio, com alguma ironia, arrancando aplausos dos seus apoiantes.

O presidente do PSD considerou ainda que “num partido democrático e civilizado o que é normal, depois das eleições  internas se seja leal e se respeite a vontade dos militantes. As regras democráticas são estas e não das vaidades pessoais”, avisou  Rio. 

Oficialmente, a candidatura Montenegro não comenta a declaração de Rio, já Miguel Pinto Luz emitiu um comunicado cauteloso: “. O surgimento de mais uma candidatura à liderança do PSD é um acontecimento saudável para a democracia interna do partido. Assim, esperamos que esta candidatura esteja também ela disponível para contribuir para um debate democrático e elevado, nas próximas eleições diretas do PSD. É caso para se dizer, seja bem-vindo quem vier por bem”.