Diogo Feio defende que o regresso de Manuel Monteiro ao CDS só deve ser avaliado pela próxima direção do partido, ou seja, depois do congresso previsto para 25 e 26 de Janeiro do próximo ano. O centrista argumentou que Manuel Monteiro “criou um partido para fazer mal ao CDS” e fez “variadíssimas declarações atacando quem o presidia e vários dos seus dirigentes”.
Diogo Feio referia-se à saída de Monteiro do CDS, em 2003, para fundar o Partido da Nova Democracia (PND) e às críticas feitas a Paulo Portas. “Acho mais do que razoável que essa seja uma questão a ser vista pela futura direção. Quem tem de explicar porque é que quer voltar ao CDS é Manuel Monteiro”, afirmou, na RTP, Diogo Feio.
A refiliação de Manuel Monteiro foi aprovada por unanimidade pela concelhia centrista da Póvoa do Varzim, mas a direção do partido entendeu adiar a decisão até o partido escolher um novo líder. Monteiro já escreveu uma carta ao secretário-geral do CDS a pedir explicações pelo adiamento e vários centristas consideram a decisão ilegal.
Ribeiro e Castro defendeu que a declaração de Diogo Feio é “reveladora da doença profunda que sopra nos círculos dirigentes do CDS e que faz mal aos próprios e ao partido”. O ex-líder do CDS explica que, de acordo com as regras internas, Manuel Monteiro “já está de novo inscrito no CDS, porque a comissão concelhia, que recebeu a sua proposta de filiação já a aprovou por unanimidade e a comunicou superiormente para os devidos efeitos”. Ao secretário-geral cabe apenas “dar sequência final ao processo, emitindo e enviando a Manuel Monteiro o cartão de filiado”. Num longo texto que escreveu nas redes sociais sobre esta polémica, Ribeiro e Castro defende que, após o desastre eleitoral, a direção do CDS “tem o dever de agir com absoluta e impecável regularidade até ao congresso, não fazendo ao partido mais mal do que já fez”. Este caso já provocou uma demissão. Pedro Melo demitiu-se do Conselho de Jurisdição e garantiu à TSF que “a situação é flagrantemente ilegal”.