No início de novembro foram apreendidos 104 cavalos pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), numa exploração pecuária ilegal, nos concelhos de Aljustrel e Ferreira do Alentejo. Nessa altura, os animais foram entregues a um fiel depositário – tratando-se, neste caso, do mesmo proprietário dos animais. Ou seja, não mudaram de mãos.
Da mais de uma dezena de animais, 14 deles estavam já mortos e começaram esta segunda-feira a ser enterrados. A operação ficou a cargo da Guarda Nacional Republicana (GNR) e do grupo Intervenção e Resgate Animal (IRA) que, durante a tarde abriram uma vala para colocar os cavalos mortos.
Os restantes animais estão subnutridos e, neste momento, os militares da GNR estão a investigar o facto de o proprietário ter retirado alguns dos cavalos daquela propriedade – não se sabendo, até agora, se os animais foram vendidos.
O proprietário dos animais não soube explicar o que aconteceu aos cavalos e qual o motivo para que os animais tenham chegado a tal situação. Apesar de ser visível o mau estado em que se encontravam os animais, o dono disse à TVI24 que estes “não tinham farinha, mas tinham sempre palha e água”, acrescentando que a situação “foi acontecendo”.
Durante a tarde desta segunda-feira, o grupo IRA partilhou vários vídeos através do seu Facebook, onde é possível perceber a falta de condições em que se encontram os animais.
“Estes animais morreram de fome, não foram abatidos. É isto que um país da União Europeia tem nas barbas de toda a gente”, referiu um dos membros do IRA enquanto filmava os animais mortos. “O detentor dos animais alega que foi feno ou palha envenenada. Curiosamente, só morreram 14 cavalos, os outros continuam vivos, mas não por muito tempo”, acrescentou.