António Costa defendeu que todos os cidadãos devem “meter a colher” quando o assunto é a violência doméstica. “Todos nós em sociedade, cada um de nós, tem a responsabilidade de na sua família, nos seus vizinhos, nos seus colegas, entre os seus amigos não tolerar, não pactuar, não silenciar e de meter mesmo a colher para eliminarmos a violência sobre as mulheres", advertiu o primeiro-ministro numa mensagem deixada esta segunda-feira, em que se assinala o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
Defendendo que o dia de hoje “é uma excelente oportunidade” para refletir acerca do que cada um “pode e deve fazer”, António Costa lembrou que este não é um problema geracional. “Não tenhamos a ilusão de que só com as gerações mais velhas, porque a violência no namoro é hoje também uma realidade, o que significa que também entre as novas gerações a violência existe", acrescentou.
"Cada um de nós tem o dever de agir. O provérbio tradicional que entre marido e mulher não se mete a colher não é aceitável. Aquilo que é dever de cada um de nós é metermos mesmo a colher", defendeu.
Em 2019, pelo menos 26 mulheres morreram assassinadas em contexto de violência familiar e já foram apresentadas 23 mil queixas de violência doméstica, números que levam António Costa a considerar que é preciso fazer “melhores leis”. O primeiro-ministro acrescentou ainda que os “juízes têm de julgar melhor” e que é preciso que o Ministério Público esteja mais “atento”.
O dia Internacional para a Eliminação da Violência Doméstica Contra as Mulheres começou a ser assinalado em 1981, porém, apenas em 2000 a Assembleia Geral das Nações Unidas designou o dia como oficial, sete anos depois de aprovar a Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres.