A crise interna no Livre está longe de estar resolvida e o clima entre a direção e a deputada é cada vez mais tenso. Joacine Katar Moreira voltou a falar ontem sobre as divergências com o partido e considerou que está a ser alvo de “um autêntico golpe”. Em declarações ao Notícias ao Minuto, Joacine disse que foi apanhada de surpresa pelo comunicado da direção, no sábado, sobre a abstenção num voto de condenação à agressão israelita a Gaza e lamentou “absoluta falta de camaradagem”.
A polémica começou devido à abstenção de Joacine e a deputada não escondeu o desencanto com esta situação. “Nunca imaginei que um mês depois das eleições – não é um ano, é um mês – eu ia estar a ser avaliada e colocada numa situação destas pelos meus camaradas”. Ao i, Joacine já tinha dito que “a comunicação interna precisa de ser melhorada”, mas teve “sempre o apoio de muitos membros e apoiantes”.
Contactada pelo i, Joacine Katar Moreira não se mostrou disponível para fazer mais declarações sobre esta polémica. Rui Tavares também não comentou com o argumento de que a Assembleia Geral do Livre decidiu que ninguém faria mais declarações até o assunto estar resolvido, ou seja, até que o Conselho de Jurisdição analise o caso.
Mas não são só as divergências internas que estão a contribuir para o desgaste da imagem do Livre. Joacine não conseguiu entregar a tempo, na Assembleia da República, o projeto de lei sobre a Lei da Nacionalidade – uma das bandeiras do partido durante a campanha eleitoral.
A deputada única do Livre ainda tentou que a proposta pudesse ser discutida em conjunto com os diplomas entregues pelo Bloco de Esquerda, PCP e PAN, mas não houve consenso entre todos os partidos.