António José Seguro defendeu, esta terça-feira, em entrevista à rádio TSF, que os “partidos tradicionais” devem dar resposta à extrema-direita com novas práticas políticas, mais transparência e combate às desigualdades. O ex-secretário-geral do Partido Socialista (PS) considerou ainda essencial uma regionalização sem agravamento da despesa.
Quando questionado acerca da chegada da extrema-direita à Assembleia da República, o líder socialista entre 2011 e 2014 explicou que por toda a Europa se assiste à emergência de novos partidos que trazem consigo forças “de tipo diferente”. É preciso, na opinião do professor universitário, “investir na qualidade da democracia. “Quem gere dinheiros públicos, quem está à frente dos destinos (desde uma Junta de Freguesia até à Comissão Europeia) tem de ser exemplar, irrepreensível. Mas também temos de combater as desigualdades, que têm vindo a aumentar".
No programa Rede Social, António José Seguro reiterou ainda a decisão de se manter afastado sobre assuntos de política partidária. "Quando eu digo 'afastei-me', nem sequer estou à espreita. Gosto muito de dar aulas, de trabalhar com os meus alunos, tenho novos projetos, mais tempo para a família e para os amigos", explicou.
O ex-secretário-geral do PS afirmou ainda que na atividade política "o exemplo tem de vir de cima, de quem lidera e de quem governa", exemplo esse que garantiu muitas vezes não existir.
Durante a entrevista, António José Seguro afirmou continuar a ser defensor da regionalização em Portugal, acrescentado, porém, que é necessário explicar aos cidadãos como se concretiza esta reforma. "Há muitas pessoas que defendem a regionalização apenas para criar mais cargos e mais despesa. Entendo que é possível fazer a regionalização diminuindo a despesa. A única coisa que muda é quem decide o investimento a fazer em cada região – e aí sou claramente a favor de que sejam as pessoas que residem e que conhecem esse território", justificou, acrescentando que o quer é ver Portugal desenvolver-se “de forma equilibrada e, sobretudo, que o interior não seja massacrado e amassado, como tem sido".