Um terço dos estudantes universitários da área metropolitana de Lisboa já foi vítima de violação, coação ou abuso sexual, sendo que poucos avançam com a denúncia do crime.
As conclusões preocupantes são do estudo ‘Violência Sexual na Academia de Lisboa’, realizado pela Federação Académica de Lisboa (FAL), que ouviu 1052 estudantes, com idades entre os 17 e os 30 anos.
O relatório revela que 34,2% dos estudantes inquiridos refere ter passado por algum tipo de violência sexual física, abuso, coação ou mesmo violação.
Quando a pergunta se refere a comentários provocatórios ou a casos de de importunação sexual a percentagem de alunos que respondeu afirmativamente aumentou para os 80%, sendo que mais de metade, 55%, adiantou que as situações ocorreram de forma reiterada.
O estudo indica ainda que quase 90% das vítimas nunca reporta as agressões, mas quando o fazem recorrem principalmente à polícia ou a familiares e amigos, muito raramente o fazem junto da instituição de ensino superior que frequentam.
Daniel Cotrim da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) explicou o porquê ao Correio da Manhã. "Não denunciam porque a maioria dos agressores são pessoas próximas da vítima e não desconhecidos, por medo, vergonha ou falta de informação. Têm dificuldade em distinguir situações de violência e assédio, ou assédio e comportamentos normais".