O líder do Chega, André Ventura, é objeto de um artigo no jornal espanhol El País, que conta ainda com declarações do próprio.
“É uma questão de tempo, em quatro anos haverá um candidato do Chega à presidência da República, em oito anos seremos o maior partido do país. As pessoas estão fartas de políticos que prometem muito e não fazem nada”, disse André Ventura ao El País.
O deputado único do Chega fez questão de sublinhar as sondagens recentes sobre o crescimento significativo das intenções de voto no seu partido, que quadruplicaram.
“Nós somos diferentes e isso é que nos faz crescer. Somos um partido de pessoas comuns, não de elites, mas de pessoas que sofrem com o atual sistema”, adiantou.
Questionado sobre as acusações de o seu partido professar uma ideologia de extrema-direita, aliás o próprio artigo do jornal espanhol escolhe para título essa referência, Ventura recusa essa classificação.
“Não gosto do rótulo [extrema-direita], mas também não me preocupa. O que somos é um partido antissistema. Em dois meses no Parlamento, votámos com a direita e com o Partido Comunista”, sublinhou Ventura, acrescentando que não exclui o apoio ao Orçamento do Estado, apresentado esta terça-feira ao país, se o documento tiver em conta algumas das prioridades do Chega, como um maior reconhecimento dos polícias e uma maior atenção à colocação de professores.
O artigo, publicado esta segunda-feira, faz ainda referência à polémica mais recente protagonizada pelo líder do Chega e pelo presidente da Assembleia da República.
Ferro Rodrigues advertiu Ventura devido ao uso excessivo da palavra “vergonha”, ao que o deputado respondeu com um pedido de audiência ao Presidente da República e à colocação de um cartaz, ao lado da Assembleia da República, com a palavra “vergonha” escrita.
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