O Tufão Phanfone atingiu furiosamente a região central das Filipinas, muito propensa a fenómenos climáticos extremos, na véspera de Natal. Casas destruídas, apagões em cidades e árvores derrubadas: era este o cenário de miséria e destruição deixado pelo tufão nesta época de festividades, num país maioritariamente católico.
Mais de 16 mil pessoas passaram a noite em escolas, ginásios e edifícios governamentais, apressadamente transformados em centros de evacuação, diz a AFP, citando as autoridades filipinas.
Segundo a polícia, uma família de seis pessoas – um pai e os seus três filhos e outros dois parentes – encontra-se desaparecida depois de a sua cabana ter sido destruída pelas chuvas fortes, na manhã de quarta-feira, que fizeram uma ribeira transbordar, perto da cidade de Balasan.
O Tufão Phanfone foi classificado com a categoria 2 pela Tropical Storm Risk. Os ventos máximos sustentados atingiram rajadas de 150 km/h, quando o tufão chegou à província de Samar, na terça-feira, relata a Reuters. “Foi assustador. As janelas de vidro quebraram e tomámos abrigo nas escadas”, disse à AFP Ailyn Metran, depois de se ter refugiado com a filha de quatro anos num gabinete dos serviços meteorológicos do Estado, na cidade Tacloban, onde o seu marido trabalha.
A tempestade também atingiu fortemente os transportes, com mais de 20 mil passageiros a não poderem viajar, pois 157 embarcações tiveram que permanecer nos portos devido ao mau tempo. Por sua vez, pelo menos 60 voos domésticos foram cancelados.
“Muitos estabelecimentos turísticos foram encerrados e alguns dos nossos visitantes não chegaram porque os seus voos foram cancelados”, disse por telefone à AFP Nina Edano, rececionista de um hotel. “Não estamos com medo, mas o ambiente aqui é geralmente sombrio, acrescentou.
O Phanfone entrou devastadoramente pela noite de terça-feira no norte da ilha de Cebu. Quando muitas famílias voltaram dos centros de evacuação depararam-se com os seus lares danificados. “Obviamente, não puderam celebrar o Natal de forma apropriada porque alguns passaram a noite em centros de evacuação”, contou por telefone à agência francesa Cecille Bedonia, membro de uma equipa de resgate.
As Filipinas sofrem, em média, cerca de 20 tufões por ano. Há seis anos, o Tufão Haiyan vitimizou mais de 6 mil pessoas e destruiu cerca de 200 mil casas, nas ilhas Leyte e Samar, no que foi a tempestade mais forte de sempre a atingir as Filipinas.