O dirigente do SOS Racismo Mamadou Ba considera “inacreditável” e “absolutamente revoltante” a “indiferença total” e o “silêncio” com que a morte de Luís Giovani dos Santos Rodrigues, o estudante cabo-verdiano que foi assassinado em Bragança, foi tratada no espaço público.
Em declarações ao Notícias ao Minuto, Mamadou Ba defendeu que “mesmo que não seja uma razão racial que esteja na origem do assassinato, independentemente das circunstâncias da sua morte, o silêncio sobre a morte de Luís é revelador do racismo que existe em Portugal”.
Recorde-se que o estudante cabo-verdiano terá morrido no dia 31 de dezembro, após ter sido alegadamente agredido por um grupo de 15 indivíduos à saída de uma discoteca, em Bragança.
“Imaginemos que tinha sido um jovem branco a ser espancado por 15 jovens negros e que essas agressões resultassem numa morte. Teríamos o país inteiro mobilizado, indignado, a exigir Justiça e o apuramento das responsabilidades. Todas as entidades públicas e políticas estariam neste momento já em campo a dizer o que pensavam sobre a situação e a exigir responsabilidades. Não foi o caso”, afirmou o dirigente da SOS Racismo..
O ativista queixou-se ainda de “nenhum dirigente do país” ter vindo a público falar sobre o crime, facto que considerou “inacreditável”. Sublinhe-se, no entanto, que entretanto, já depois de Mamadou Ba ter feito estas declarações, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, comentou o caso no Twitter. "Lamentamos profundamente a bárbara agressão de que resultou a morte, em Bragança, de um estudante cabo-verdiano. Os responsáveis serão identificados e levados à justiça", escreveu. "Os cabo-verdianos são nossos irmãos e muito bem-vindos em Portugal", acrescentou.