A Zero concluiu que, em 2018, Portugal reciclou apenas 12% dos resíduos plásticos. Segundo explica a associação ambientalista, num documento a que o jornal Público teve acesso, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) contabilizou nesse ano “cerca de 600 mil toneladas de plástico nos resíduos urbanos”, porém, “apenas 72 mil [toneladas] foram recicladas”, correspondendo a uma percentagem de reciclagem de plástico de 12%. Estes dados são, para a associação ambientalista, um "grande falhanço".
Segundo a Eurostat, em 2017, Portugal reciclou 42% do seu plástico, estando assim em média com a União Europeia. Apesar de serem dados relativos a anos diferentes, a discrepância entre os números é justificada ao mesmo jornal por Susana Fonseca, da associação Zero. “Os dados do Eurostat dizem respeito apenas a embalagens e nós estamos a falar de todos os plásticos, sejam bonecos ou alguidares, muita coisa que não é embalagem, logo a percentagem baixa muito”, fundamentou.
O facto de este valor ser tão baixo é também justificado pela associação pela inexistência de incentivos financeiros para os cidadãos que fazem a separação de resíduos e pela adoção do sistema de recolha seletiva assente em ecopontos, que devia, segundo a Zero, ser substituída pelo sistema “porta-a-porta”, que “é muito mais eficaz”.
Outras das conclusões da associação ambientalista foi a de que Portugal não será capaz de atingir as metas estipuladas pela União Europeia, que quer que daqui a 10 anos as embalagens sejam já todas recicladas ou reutilizadas.
De forma a mudar aquilo que associação considera um "quadro negro". esta terça-feira, será lançado o Pacto Português para os Plásticos, assinado por 50 empresas. A plataforma, coordenada pela Associação Smart Waste Portugal, tem como objetivo “garantir que todas as embalagens de plástico serão reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis” nos próximos cinco anos, explicou Aires Pereira, presidente do conselho de Administração da Smart Waste Portugal ao Público.