Um incêndio está a consumir a ilha da Madeira desde as 5h de segunda-feira e já ameaça as habitações da população da Calheta. As altas temperaturas, que chegaram a ultrapassar os 25 graus, o vento forte e o tempo seco que se fizeram sentir na região estão a dificultar o trabalho dos bombeiros.
As chamas deflagraram por volta das 5h da madrugada de segunda-feira, numa zona de mato na Ponta do Pargo, concelho da Calheta. Para além desta zona, chegaram ainda a surgir focos na Ribeira Brava e na Câmara de Lobos. Desde aí, as chamas foram descendo em direção ao centro da Ponta do Pargo, não mais dando tréguas aos operacionais presentes no terreno e à população.
Ao início da tarde desta terça-feira as chamas, apoiadas pelo vento por vezes forte que se fez sentir na zona, já ameaçavam algumas residências, o que obrigou a uma intervenção rápida dos bombeiros. Por volta das 16h, eram já alguns os palheiros presentes na zona que tinham sido consumidos pelas chamas, levando alguns populares a optar por abrigar os animais nos quintais das habitações. Por questões de segurança, também os moradores foram aconselhados a abandonar as suas habitações, até porque o ar naquela zona foi ficando cada vez mais irrespirável.
O avanço das chamas levou a que as autoridades condicionassem bastante os acessos naquela zona, com estas a não deixarem entrar carros naquela localidade inclusive. Na Corujeira, uma casa chegou mesmo a ser rodeada de chamas durante a manhã desta terça-feira, mas os bombeiros acabaram por conseguir solucionar rapidamente a situação.
Segundo a informação disponibilizada pelo Serviço de proteção Civil da Madeira, chegaram a estar no terreno mais de 40 operacionais dos bombeiros da Calheta, dos Voluntários Madeirenses, dos Voluntários de Câmra de Lobos e dos bombeiros de São Vicente(Porto Moniz, apoiados por cerca de 15 viaturas. A estes juntaram-se ainda os Bombeiros Sapadores do Funchal e os Bombeiros Municipais de Machico.
Apesar dos vários operacionais no terreno, não existem meios aéreos envolvidos, uma vez que estes só se encontram operacionais durante a época do Verão.
Elementos da Polícia Judiciária estiveram, na parte da manhã, no terreno a investigar a origem do incêndio que deflagrou na Ponta do Pargo, uma vez existir a suspeita de se tratar de fogo posto.
Pelo menos um bombeiro sofreu ferimentos ligeiros decorrentes do combate às chamas.
Jacinto Serrão, comandante dos bombeiros voluntários da Calheta, afirmou que esta zona onde as chamas lavram já não ardia desde 2015. Já Manuel Costa, presidente da Junta de Freguesia da Ponta do Pargo, apelidou mesmo as chamas de "incontroláveis".