O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) abriu um inquérito a Isabel dos Santos e às suas empresas em Portugal, por suspeitas de crimes de branqueamento de capitais. Para a investigação foi constituída uma task force de magistrados liderada por Rosário Teixeira – que vai passar a pente fino todos os investimentos da empresária angolana e as informações enviadas pela Procuradoria-Geral de Angola, além do que foi revelado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas, com base na documentação supostamente entregue pelo hacker Rui Pinto.
Segundo o SOL apurou, a carta rogatória entregue há duas semanas pelo PGR angolano foi incluída no inquérito, o que dá margem às autoridades para uma ampla atuação.
Rosário Teixeira, que coordena esta operação, é o mesmo procurador que liderou investigações como a Operação Marquês, e que tem a seu cargo a gestão dos alertas de transferências suspeitas enviados pelas polícias e bancos. O objetivo é reunir e avaliar o mais rapidamente possível toda a informação disponível.
Estão em causa eventuais crimes de branqueamento de capitais relacionados com movimentos financeiros comunicados recentemente por alguns bancos, nomeadamente do próprio EuroBic e os saques de capital da conta bancária da Sonangol na mesma instituição financeira, em novembro de 2017, pelo gestor de conta de Isabel dos Santos. Em apenas 15 dias (entre 2 e 17 de novembro de 2017) foram retirados 73 milhões de dólares da conta da petrolífera pública naquele banco, por ordem de Nuno Ribeiro da Cunha (então diretor do Private Banking do Eurobic e gestor de conta de Isabel dos Santos, que se suicidou em finais de janeiro, após a revelação do caso Luanda Leaks).