Hoje, às 22 horas de Lisboa, (0 horas na Síria), entra em vigor um cessar-fogo na província síria de Idlib, acordado entre o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, o principal aliado do regime sírio de Bashar Al-Assad. Idlib é o último reduto dos opositores de Assad, que são apoiados pela Turquia – pelo menos 36 soldados turcos morreram em confrontos com as tropas sírias em Idlib, só no último mês.
O acordo estabelece corredores de segurança e patrulhas conjuntas, e foi saudado como um passo para diminuir a tensão na região. Esta tensão, por sua vez, tem criado atrito entre a União Europeia e a Turquia. Ainda a semana passada, a Turquia abriu as suas fronteiras com a UE aos cerca de 4 milhões de refugiados em território turco – ao mesmo tempo que fechava a sua fronteira com Idlib a quem tentava escapar da ofensiva de Assad.
Importa lembrar que não é o primeiro cessar-fogo na Síria assinado entre Moscovo e Ancara: já tinha sido assinado outro em 2018, que rapidamente foi violado. No atual acordo, a Turquia, que enviou milhares de tropas para Idlib para enfrentar as forças de Assad, “reserva-se o direito de retaliar em força contra qualquer ataque”, declarou ontem Erdogan, temperando a esperança de quem quer evitar uma escalada das hostilidades.