A contratação de Rúben Amorim pelo Sporting agitou o universo desportivo português durante a última semana, que ficou ainda marcada pela nova liderança na Liga portuguesa.
Há várias semanas que Silas estava na corda bamba em Alvalade e a gota de água chegou com a derrota na Turquia (e consequente eliminação leonina da Liga Europa às mãos do Basaksehir de Istambul). O técnico, que tinha chegado em finais de setembro para orientar o conjunto verde-e-branco, entrou na partida de terça-feira, em Famalicão, com os dois pés já fora do clube. Pelo meio, surgiram as primeiras informações de um possível interesse de Frederico Varandas em Amorim, que ficaram oficialmente confirmadas na quinta-feira. O técnico de 35 anos é o novo treinador do Sporting, que pagou 10 milhões de euros para garantir a sua contratação ao Sp. Braga. Nos minhotos, o antigo internacional português completou 13 jogos, numa campanha quase imaculada, em que se destacam as cinco vitórias perante os três grandes (duas ante o FC Porto, igual diante do Sporting e uma com o Benfica) – e o título na Taça da Liga, alcançado depois de um dos triunfos perante os azuis-e-brancos de Sérgio Conceição.
Antes deste percurso que o colocou como um dos homens mais cobiçados no futebol português, o antigo jogador do Benfica e do Belenenses apenas contava com breves passagens pela equipa sub-23 arsenalista e pelo Casa Pia (II Liga, enquanto treinador estagiário). A oficialização tornou Rúben Amorim no sexto treinador da era Varandas, que desde que chegou à presidência leonina despachou José Peseiro, Tiago Fernandes (interino), Marcel Keizer, Leonel Pontes (interino) e Jorge Silas.
Mais: com os valores envolvidos na transferência, esta torna-se uma das contratações mais caras de sempre do clube verde-e-branco, uma vez que o recorde ainda pertence ao goleador holandês Bas Dost, contratado no verão de 2016 ao Wolfsburgo por quase 12 milhões de euros. Mais ainda: com o montante que o Sporting aceitou pagar (em duas tranches), para garantir os serviços do jovem treinador, Rúben Amorim tornou-se a terceira venda mais cara de sempre de um treinador de futebol. Só André Villas-Boas (que em 2011 trocou o FC Porto pelo Chelsea, custando 15 milhões de euros) e Brendam Rodgers (do Celtic para o Leicester a troco de 10,5 milhões de euros em 2018/19) foram mais caros que o ex-jogador.
Os valores envolvidos estão já a gerar uma onda de críticas sobretudo tendo em conta o atual momento que o clube atravessa. Apesar disso, Varandas já garantiu que a contratação não foi um «all in financeiro» nem «aumenta um cêntimo orçamento do Sporting». O líder respondeu ainda aos críticos, garantindo que se fosse outro clube a avançar para a contratação seria «uma jogada de mestre». Já Amorim disse que «as contas fazem-se no final», mostrando-se focado apenas no trabalho.
O treinador, que continua sem apresentar o nível IV exigido para exercer o cargo sem condicionalismos, vai ter a sua estreia este domingo, em Alvalade, com a receção ao Aves. Com 23 jornadas cumpridas na Liga portuguesa, os leões estão em 4.º lugar, a quatro pontos do… Braga, que fecha o pódio (43), e a 20 do novo líder, FC Porto (59). O Benfica é agora 2.º (a um ponto do líder).