Duas semanas depois de o primeiro caso de covid-19 ter sido registado em Portugal, José Ribeiro e Castro partilhou uma mensagem onde pediu “coragem e prudência”. “Melhor dito: ousadia e exigência nas medidas, cuidado e rigor nos comportamentos”, acrescentou o ex-líder do CDS, no Facebook.
Segundo a avaliação feita por Ribeiro e Castro, nesta altura Portugal “não compara mal, nem com a China, nem com a Europa, dentro e fora da EU”.
Sublinhando que a população da China é “três vezes a do conjunto da União Europeia”, o ex-eurodeputado escreve que os números “parecem indicar” que brevemente a Europa, que foi considerada pela Organização Mundial de Saúde como o novo epicentro da pandemia, “e a própria UE sozinha” vão ultrapassar o número de casos na China, que registou cerca 80 mil casos.
“A análise quanto à China tem, é certo, que ser temperada com o facto de os números da China provirem quase integralmente da província de Hubei, que foi sujeita a várias barreiras de rigoroso isolamento, numa política firme das autoridades chinesas”, escreveu o ex-eurodeputado, apontando que a província de Hubei, onde surgiu o novo coronavírus, teve 84% dos casos em território chinês registou 96% das mortes. Ribeiro e Castro compara ainda a província chinesa a Itália. O facto de a população nos dois locais serem semelhantes, permite concluir que, apesar de a taxa de incidência em Hubei ser o dobro da taxa de incidência em Itália, é no país europeu que a taxa de mortalidade é maior. “E também Espanha já está a esse nível”, acrescenta, sublinhando que países como a Estónia, Suíça e Noruega apresentam também taxas de incidência elevadas.
Considerando que o desempenho dos países da União Europeia “não é particularmente brilhante”, Ribeiro e Castro considerada que “os Estados fora da EU têm, em geral, melhor desempenho do que os Estados-membros da EU”.
Por fim, Ribeiro e Castro considera que Portugal pode “não sair muito mal desta travessia tão difícil”, se a curva de crescimento começar a entrar em refluxo, algo que se verifica na China, mais de dois meses depois de o vírus se ter começado a propagar, enquanto “na Europa está ainda em progressão intensa”.