André Ventura reagiu, esta sexta-feira, às declarações do ex-ministro socialista Paulo Pedroso, que classificou o líder do Chega como “um abutre político que vive do ódio e para o ódio, para ganhar a sua vidinha e notoriedade”, face à sua posição sobre libertação de reclusos. Ao i, Ventura diz que esta é “uma reação curiosa de quem deveria ter passado largos anos na cadeia”.
“Paulo Pedroso veio dizer que eu sou um abutre que vive do ódio por não querer libertar os reclusos. Uma reação curiosa de quem deveria ter passado largos anos na cadeia. São erros judiciais que acontecem apesar dos excelentes profissionais da nossa justiça”, afirmou o deputado único do Chega ao i.
Ventura diz ainda entender a posição do ex-ministro socialista, tendo em conta que este “beneficiou” de “excessivas garantias do nosso sistema de justiça”. “Percebo que ele tenha ficado incomodado com tudo o que seja defender a justiça e acabar com a impunidade : afinal ele beneficiou desse mesmo clima de excessivas garantias do nosso sistema de justiça e das influências obscuras da máquina do poder”, considerou.
“Paulo Pedroso é o símbolo da decadência do regime em Portugal. Ainda bem que não gosta de mim nem do CHEGA. Estamos no bom caminho”, rematou o líder do Chega.
Recorde-se que Pedroso utilizou a sua página de Facebook para criticar a posição do Chega em relação à libertação de reclusos para prevenir a propagação da covid-19. “O Chega quer apenas manipular o sentimento primário de medo, mesmo que isso signifique arriscar a morte de pessoas que nem sequer estão condenadas ou de outras que estão muito perto do fim das suas penas e num processo bem-sucedido de ressocialização”, afirmou o ex-ministro da Segurança Social.
Paulo Pedroso, que esteve em prisão preventiva durante quatro meses, mas acabou por ser ilibado no caso Casa Pia, considerou que tem o dever de não se calar, porque conheceu por dentro o sistema prisional. “Não tenho medo de Venturas nem dos protofascistas que ele alimenta porque deles se quer alimentar”, concluiu o ex-ministro socialista.