Professores estão contra realização de exames este ano letivo. Posição vai ser hoje comunicada ao Governo

A preocupação com a garantia de realização dos exames não pode “sobrepor-se ao respeito pela saúde pública, defende a FNE.

Só amanhã é conhecida a decisão final sobre a reabertura ou não para já das escolas, embora a hipótese mais provável seja a manutenção do encerramento, assim apontaram as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, proferidas esta terça-feira.

Nesse sentido, decorrem hoje várias reuniões no ministério da Educação para analisar a situação. E, também, o primeiro-ministro está a ouvir os líderes dos partidos sobre o tema.

Entretanto, os sindicatos dos professores já fizeram saber que estão contra a realização de exames neste ano letivo.

“A FNE entende que no presente ano letivo, independentemente das soluções que venham a ser adotadas, não devem realizar-se nem as provas de aferição, nem os exames de 9º ano, e que também não deveriam realizar-se os exames de 11º e 12º anos”, lê-se no comunicado da Federação Nacional da Educação.

Para a plataforma sindical, a preocupação com a garantia de realização dos exames não pode “sobrepor-se ao respeito pela saúde pública”.

Esta será a posição que vão transmitir ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, na videoconferência que vai ter lugar hoje pelas 15h30 para a “avaliação e auscultação da atual situação provocada pelo surto epidemiológico da covid-19”.

Sobre as aulas à distância, a Federação sublinha que “devem ser adotadas modalidades de ensino a distância ao longo do terceiro período letivo cabendo ao Ministério da Educação a obrigação de garantir as condições e os recursos que permitam o acesso a todos os alunos, incluindo a televisão, de forma a atenuar o agravamento das desigualdades sociais e as inúmeras insuficiências que se verificaram nas últimas semanas de interrupção antecipada das atividades letivas”.

A FNE defende ainda que se as aulas presenciais vierem a ser retomadas, “terão de ser tomadas medidas de proteção, higienização e segurança que a FNE considera serem de muito difícil concretização, senão mesmo impraticáveis”.