A cadeia McDonald's lançou um comunicado onde pediu desculpas à comunidade africana, depois de um episódio racista ter acontecido num restaurante no sul da China. Depois de ter sido noticiado que vários nigerianos que residiam na metrópole de Guangzhou, lar de uma das maiores comunidades africanas no país, estavam infetados com covid-19, começaram a ocorrer vários episódios contra esta comunidade no território. Um deles por parte dos funcionários de um restaurante McDonald's.
De acordo com um vídeo partilhado nas redes sociais, foi colocado um aviso à porta de um restaurante da cadeia fast-food, a explicar, em inglês, que "os negros não podem entrar". A marca norte-americana pediu rapidamente desculpa, e um dos seus porta-vozes, citado pela agência France-Presse, disse, esta terça-feira, que o estabelecimento tinha sido temporariamente encerrado no domingo para uma sessão de formação do pessoal sobre os valores da empresa.
Os episódios racistas começaram após de cinco nigerianos de Cantão terem testado positivo para a covid-19 e terem quebrado o isolamento obrigatório, em Guangzhou. Depois desta situação, a comunidade diz ter começado a ser alvo de despejos e despedimentos. Muitos dizem ter sido obrigados a ficar em quarentena e a realizar testes à covid-19 por ordens do Governo, apenas devido à sua nacionalidade.
"Tive de dormir debaixo de uma ponte durante quatro dias sem nada para comer. Nem sequer posso comprar comida porque nenhuma loja ou restaurante me aceita", disse um estudante ugandês, em declarações à AFP.
Cerca de 20 embaixadores africanos estiveram reunidos com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Pequim,com um secretário de Estado, Chen Xiaodong, para discutir a situação e travar os episódios racistas contra a comunidade africana. Chen garantiu que as "medidas sanitárias relativas aos africanos, exceto em relação aos doentes confirmados" como infetados pela Covid-19, iriam ser levantadas, de acordo com um relatório da diplomacia chinesa.
Segundo fontes diplomáticas, cerca de 20 países africanos vão enviar uma carta a Pequim, afirmando que os testes de rastreio e as medidas de quarentena impostas à população africana é uma atitude "racistas" por parte da China.