Centenas de pessoas estiveram presentes em funeral de um dos membros da máfia italiana

“Enquanto que na Itália não há funerais ou casamentos, como é possível que, em Messina, uma centena de pessoas acompanhe o caixão do irmão de um chefe da máfia até o cemitério?”, questionou Claudio Fava, que preside uma comissão antimáfia.

Em tempos em que o coronavírus está a ser responsável por milhares de mortes em todo o mundo, medidas para impedir a propagação da doença tiveram de ser tomadas. E até o último adeus aos mais queridos teve de ser alterado de modo a impedir a concentração de muitas pessoas e o número de pessoas em funerais foi restringido por todo o mundo. Em alguns locais os funerais foram mesmo proibidos, como é o caso de Itália.  No entanto, nem todos seguiram as normas. 

Rosario Sparacio, irmão mais velho daquele que foi considerado um dos mafiosos mais poderosos do leste da Sicília, morreu e a máfia italiana decidiu não acatar as normas governamentais de um dos países mais afetados pela covid-19. Dezenas de pessoas reuniram-se em Messina, na ilha de Sicília, para o funeral de Sparacio, na passada sexta-feira, para acompanhar o caixão do homem de 70 anos até ao cemitério. 

Os habitantes utilizaram as redes sociais para mostrar a sua revolta para com a situação. Claudio Fava, que preside uma comissão antimáfia, na Sicília, criticou a falta de atitude por parte de o presidente da Câmara de Messina, Cateno De Luca sobre o assunto. “Enquanto que na Itália não há funerais ou casamentos, como é possível que, em Messina, uma centena de pessoas acompanhe o caixão do irmão de um chefe da máfia até o cemitério?”, questionou. 

O Ministério Público italiano abriu um inquérito sobre o caso e vai investigar a situação.