Francisco Rodrigues dos Santos anuncia que não vai estar presente nas celebrações do 25 de abril no Parlamento

“A democracia fora do parlamento, não pode valer menos do que a democracia dentro do parlamento”, afirma o líder do CDS-PP.

Francisco Rodrigues dos Santos anunciou, este sábado, que não irá estar presente no parlamento para a cerimónia de celebração do 25 de abril. O líder do CDS-PP não concorda com a realização da cerimónia e diz que dá um"péssimo exemplo aos portugueses" que estão a respeitar as regras de confinamento para impedir a propagação da covid-19 no país.  "Portugal pede-nos que estejamos à altura do nosso povo, mas não que estejamos acima dele", aponta. 

"O CDS-PP, enquanto partido fundador da nossa democracia, apelou a que se alterasse o modelo de comemoração do 25 de Abril, mas infelizmente não foi ouvido", escreveu Francisco Rodrigues dos Santos na sua página oficial de Facebook. "A Conferência de Líderes insistiu em manter a cerimónia, apesar da discordância do CDS, concentrando centenas de pessoas num espaço fechado, algumas delas pertencentes a grupos de risco", continua.

Para Francisco Rodrigues dos Santos é errado pedir ao povo que não participe "em celebrações religiosas como a Páscoa, que não abracem os seus filhos, pais e avós, que não se despeçam dos seus entes queridos que morreram, que fiquem fechados em casa mesmo que isso tenha levado milhares ao desemprego, que fechem as empresas, e que não vão trabalhar ainda que não tenham como pagar as suas contas" e que o Governo se reúna para celebrar o feriado nacional.

"A democracia fora do parlamento, não pode valer menos do que a democracia dentro do parlamento. O 25 de Abril não se fez para separar ainda mais as elites do Povo, nem para que uns fossem mais livres do que os outros. Por essa razão, enquanto Líder do CDS, usarei a liberdade que se assinala naquele dia para agir com responsabilidade e honrar os sacrifícios dos portugueses. Não sendo deputado, irei comemorar a data como todos os portugueses que estarão confinados e prescindirei do lugar que o Protocolo do Estado me reservaria", sublinha. 

Apesar do líder do CDS se recusar a estar presente, o partido "cumprirá com a sua obrigação de estar presente", com a presença de um deputado.