Os profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, estão na linha da frente, mas não para receber os aumentos salariais. Nas últimas horas foi noticiado que os funcionários públicos começaram a receber esta segunda-feira os salários de abril já com os aumentos de 0,3% ou, no caso das remunerações inferiores a 700 euros, de dez euros. Os montantes contam com os retroativos desde janeiro. Mas o i apurou que os profissionais de saúde vão ficar mais um mês à espera para ver tais aumentos, devido a um problema de parametrização do sistema.
Confrontado ontem pelo i, o Ministério da Saúde confirmou que “o pagamento em abril depende das circunstâncias concretas de cada área”, adiantando mesmo que no Ministério da Saúde “não foi possível efetuar a parametrização dos sistemas informáticos no corrente mês”. Assim, esclarece o gabinete de Marta Temido, “o processamento ocorrerá no próximo mês, com efeitos a janeiro”.
Depois de ontem, dia 20, terem sido pagos os salários de diversas áreas, hoje, dia 21, é a vez de serem pagos diversos profissionais, incluindo os da saúde, que, pelo erro de parametrização, não terão ainda em conta o pagamento do valor correspondente ao aumento.
Recorde-se que, apesar de não ser o responsável pelo atraso, o Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública referiu na sexta-feira que havia áreas que talvez não conseguissem começar já a pagar os aumentos, sem referir quais.
“As atualizações salariais já começaram a ser processadas em abril. No entanto, esse pagamento dependerá da capacidade dos serviços e do momento em que estes processam os respetivos salários”, afirmou fonte oficial daquele ministério, alertando que, em qualquer situação, “os aumentos serão retroativos a janeiro de 2020”.
Rui Rio: “Estes aumentos não podiam acontecer” Ontem, o líder do PSD, Rui Rio, manifestou-se contra estes aumentos para a função pública na rede social Twitter.
Ao partilhar uma notícia que dava conta de que a função pública começava ontem a receber os aumentos, Rio deixou o seguinte comentário: “Bem sei que 0,3% é pouco. Mas quando há trabalhadores em layoff a receber só dois terços do salário, outros atirados para o desemprego, e as finanças públicas brutalmente pressionadas pelos gastos que estamos a ter de fazer, estes aumentos não podiam acontecer”.