Ferro Rodrigues deu início à sessão comemorativa dos 46 do 25 de Abril pedindo um minuto de silêncio em honra de todas as vítimas da pandemia em Portugal.
"A crise que hoje atravessamos, que a Europa e o mundo atravessam, começou por ser uma crise de saúde pública e atinge hoje uma dimensão que só encontra paralelo se recuarmos muito tempo", começou por dizer o Presidente da Assembleia da República, acrescentando que os portugueses têm agido com responsabilidade, empenho e disciplina desde "o primeiro momento".
Afirmando que os portugueses "deram provas da sua capacidade de resistência" durante o combate à pandemia, Ferro Rodrigues sublinhou que não o fazem "sem sacrifício".
Deixando uma palavra de solidariedade aos "países irmãos" onde, na Europa, a covid-19 tem provocado mais vítimas mortais, Ferro Rodrigues acrescentou que espera que o estado de emergência em vigor desde 18 de março seja o "último, que enfrentamos com ansiedade, com medo e receios". "Como nos lembra Mário Dionísio: Ter medo é próprio do Homem. Coragem não é mais do que saber atravessá-lo e ir com ele contra as forças que o consomem ainda e sempre com medo de mostrá-lo", afirmou.
Sublinhando que "mesmo em estado de emergência não vemos suspensa a democracia que Abril nos trouxe nessa manhã inesquecível", Ferro Rodrigues explicou que foi no uso dos poderes legislativos conferidos à Assembleia da República que foram aprovadas medidas sobre o endividamento das autarquias locais no âmbito da pandemia ou o regime excecional sobre a mora no pagamento das rendas.
"Honrando o papel fundamental do Parlamento, honrando quem representamos, honrando este chão comum que é a Constituição da República Portuguesa saída de 1976, honrando a democracia que somos e todos quanto a tornaram possível, honrando o 45.º aniversário das primeiras eleições verdadeiramente livres".
Ferro Rodrigues deixou ainda uma palavra a todos os portugueses que, "a custo pessoal" não deixam que o país pare durante o estado de emergência.
Em nome do Parlamento, Ferro Rodrigues deixou uma "palavra especial" aos profissionais de saúde de todas as áreas. "Pela sua dedicação, profissionalismo e enorme esforço", explicou, falando ainda das forças de segurança e dos militares, "que revelam coragem e bravura" na segurança do país.
"Há aqui que evocar uma das maiores conquistas do Portugal democrático: o Serviço Nacional de Saúde", afirmou.
"Num momento em que os portugueses esperam dos seus representantes sentido de responsabilidade, estou certo de que todos os representantes políticos – porque todos contam, todos são importantes, darão o seu contributo para um novo presente e um futuro melhor", afirmou.
Ferro falou ainda do combate às desigualdades, que considerou um desafio "tão ou mais difícil" que o combate à pandemia.
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