A eurodeputada do PSD Cláudia Monteiro de Aguiar considerou ontem que o último episódio do programa Isto é Gozar com Quem Trabalha foi “deplorável”. O episódio em questão, transmitido no último domingo, teve como convidado Rui Rio, que, em pouco mais de dez minutos, conseguiu atrair críticas vindas de alguns sociais-democratas.
Ricardo Araújo Pereira questionou o líder do PSD se, “depois do êxito contra o ‘passismo’”, conseguiria “garantir que não vão surgir novas e mais mortíferas estirpes no futuro” dentro do próprio partido, onde parecia “ter tentando resolver um problema sanitário”. “Primeiro, tentou evitar a transmissão comunitária, afastando os infetados. Depois, entrou na fase de mitigação excluindo-os das listas às legislativas e, finalmente, conseguiu alcançar a imunidade de grupo vencendo as eleições diretas”, brincou o humorista.
Rui Rio não hesitou em responder que não, apressando-se também a justificar a resposta. “Os vírus estão em mutação, e, se reparar, os vírus no PSD estão sempre em mutação. Já sofreram umas 20 mutações”, explicou, referindo-se aos militantes da oposição interna.
Cláudia Monteiro de Aguiar não só não achou piada ao humor de Rio como não gostou do que ouviu durante a entrevista. “Já vi vários líderes com o Araújo Pereira. Já soltei gargalhadas com piadas muito bem conseguidas. Este último episódio foi deplorável”, escreveu a eurodeputada no Twitter, onde partilhou que se sentiu “envergonhada com o deputado Rui Rio”.
Também o ex-deputado social-democrata Carlos Abreu Amorim recorreu às redes sociais para mostrar o seu desagrado, partilhando uma ilustração de uma orelha com uma máscara cirúrgica por cima. “A melhor resposta às infelizes tentativas de provocação dos que sempre restarão como ‘chefes de fação’ porque não têm capacidade para serem líderes”, lê-se na legenda.
Durante a entrevista, Rui Rio afirmou ainda que tem vindo a “achatar a curva”, não para o Serviço Nacional de Saúde ter capacidade de resposta à pandemia, mas sim para a comunicação social, “que tem de acolher esses vírus contra mim [para] poder ter capacidade de resposta”.