O Banco de Portugal (BdP) e o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgaram esta terça-feira os resultados da terceira semana de inquirição (semana de 20 a 24 de abril de 2020) às empresas que confirmam os desenvolvimentos identificados nas duas semanas anteriores.
A percentagem de empresas que registaram diminuições do volume de negócios e do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar manteve-se elevada (80% e 59%, respetivamente). O relatório indica ainda que 39% das empresas registaram uma redução superior a 50% do volume de negócios e 26% referiram uma redução superior a 50% no número de pessoas ao serviço efetivamente a trabalhar.
O recurso ao layoff simplificado aumentou neste período, correspondendo ao principal fator para a redução do pessoal, tendo sido assinalado por 54% das empresas (52% na semana anterior).
Excluindo o mecanismo de layoff, a proporção de empresas que não prevê o recurso a medidas de apoio aumentou na última semana, atingindo proporções entre 48% e 59%, consoante a medida. Entre as medidas consideradas, 13% das empresas já beneficiou da suspensão de obrigações fiscais e contributivas e 10% da moratória ao pagamento de juros e capital de créditos já existentes.
Segundo o estudo, cerca de 12% das empresas recorreram a crédito adicional na semana anterior, sendo esta percentagem superior nas empresas com perfil exportador (15% face a 11% nas restantes). A maioria dos novos créditos continuou a ser contraída em condições semelhantes às anteriormente praticadas
83% das empresas mantém atividade. Os principais resultados deste terceira semana de inquirição, feita pelo BdP e INE, indicam que cerca de 83% das empresas se mantinham em produção ou em funcionamento, mesmo que parcialmente. Por setor, esta percentagem continua a ser significativamente mais baixa no alojamento e restauração (41%). Por outro lado, nas empresas com perfil exportador registou-se uma menor proporção de empresas encerradas (temporária e definitivamente).
Uma proporção significativa das empresas respondentes referiu ter adaptado a sua atividade devido à pandemia, através da diversificação ou modificação da produção ou através da alteração ou reforço dos canais de distribuição (27% e 20%, respetivamente).