Portugal, a Europa e o mundo estão a viver uma pandemia mundial. Subitamente, a agenda política foi alterada, face às preocupações de saúde pública que se suscitam.
Naturalmente que a primeira prioridade foi assegurar o controlo da situação epidemiológica, tratando dos doentes, procurando evitar uma contaminação a toda a escala e dotando os serviços de saúde dos meios indispensáveis para uma resposta eficaz ao problema.
Mas, paulatinamente, fomos todos tendo a consciência das consequências económicas e sociais da presente pandemia.
Confinamento de famílias inteiras, limitação de movimentos, encerramento de serviços, são alguns dos exemplos das medidas postas em prática no âmbito do estado de emergência.
Consequentemente, são muitas as empresas que pararam a sua atividade, muitos os serviços que funcionam de forma mitigada, muitas as pessoas que ficaram com rendimento reduzido ou mesmo sem rendimento.
Logo, registamos fortes quedas no consumo, no investimento, na produção e como o problema não é exclusivamente nacional, pois atinge a Europa e o mundo, também as exportações registam forte quebra, nomeadamente as relacionadas com os serviços turísticos.
Os dados do PIB do primeiro trimestre já conhecidos dos nossos parceiros europeus indicam uma recessão que pode ser a pior dos últimos 25 anos e todos preconizam que globalmente poderemos ter uma recessão não registada desde a 2.ª guerra mundial.
Existia quem estimasse que a quebra da economia seria brusca e a recuperação rápida.
Hoje, com mais informação, já é claro que, infelizmente, não será assim.
Por um lado, porque a crise não é da economia A ou B, mas global. Por outro lado, porque a confiança dos investidores e consumidores não irá recuperar de um dia para o outro, nomeadamente quando vão persistir tantas medidas de contenção social.
Acresce que existem empresas que estão paradas por quebra da cadeia produtiva e que não podem retomar já amanhã a sua atividade e que os setores do turismo, das atividades desportivas, das feiras empresariais, etc. só voltarão ao registo do passado recente, daqui a largos meses/anos.
Logo, pode terminar este fim de semana o estado de emergência em Portugal, mas as consequências da paragem brusca da economia e a retoma faseada e lenta da ‘normalidade’ vão-nos acompanhar durante bastante tempo.
Por muitas medidas que sejam tomadas pelos diversos governos para mitigar o impacto económico e social, apoiando a sobrevivência de empresas e famílias, elas não têm o condão de resolver de forma mágica a crise em que estamos mergulhados e a ambiguidade da resposta europeia não dá a confiança necessária.
Resta olhar em frente, com confiança, falando verdade aos portugueses, eliminar burocracias e apoiar todos os agentes económicos que responsavelmente desejam continuar a trabalhar e contribuir para a recuperação do país.
Todos em conjunto, vamos conseguir a recuperação económica e social do nosso país!
Duarte Pacheco, Deputado do PSD