A criação de um plano específico de confinamento para as comunidades ciganas parece estar cada vez mais longe de se tornar numa proposta comum, tal como o líder do Chega anunciou que era o seu intuito. Em declarações ao i, André Ventura afirmou, no início da semana, que ia abordar o PSD, CDS e a Iniciativa Liberal com o objetivo de apresentarem uma proposta comum durante esta semana.
Ao SOL, fonte do CDS afirmou, esta sexta-feira, que o partido “considera que os problemas de insegurança não se resolvem com propostas ridículas e inconstitucionais, que nem merecem resposta”.
A Iniciativa Liberal foi o primeiro dos três partidos a afastar-se desta proposta, defendendo, em declarações ao jornal i, “que cada pessoa é individualmente responsável pelos seus actos e, por isso, não vê grupos, e muito menos etnias, quando discute desenvolvimento de legislação – e o respeito por esta – que se aplica a todos os portugueses”. A mesma ideia foi reforçada também esta sexta-feira, numa carta assinada pelo presidente do partido a que a agência Lusa teve acesso.
No documento, e em relação “ao fundo da questão”, o partido “recusa liminarmente participar na definição de um ‘plano específico para as comunidades cigana em matéria de saúde e segurança’”. “O facto de a questão ter sido colocada da forma que foi e dirigida apenas aos partidos da área não-socialista, leva a Iniciativa Liberal a concluir que o verdadeiro objetivo do desafio é o de obter vantagens eleitorais à custa destes partidos e não o de combater as forças socialistas e estatizantes no parlamento”, pode ler-se na carta assinada pelo presidente do partido.
Apesar de o intuito inicial ser o de apresentar uma proposta comum, André Ventura garantiu, na quarta-feira, que, caso não tenha o apoio de nenhum dos partidos, o Chega apresentará uma proposta “sozinho e procurará levá-la ao plenário para ser discutida”.