Não fosse a ausência de turistas na zona do Chiado, em Lisboa, e quase dava para esquecer a pandemia de covid-19, com o aproximar da hora de almoço e o bom tempo a convidar a sentar numa esplanada.
À falta de estrangeiros de visita, os restaurantes que reabriram hoje ao público nesta zona da capital fazem o que podem para que os locais se sintam seguros de que todas as normas da Direção-Geral da Saúde (DGS) estão a ser escrupulosamente cumpridas.
Estações de desinfeção com álcool, ementas digitais e um 'software' para fazer o pedido da refeição sem necessidade de o funcionário se deslocar à mesa são algumas das soluções adotadas pelo restaurante The Green Affair, no Chiado, para a reabertura da atividade.
"Ainda é muito cedo para dizer, ainda há aqui uma grande incerteza quanto ao que vai acontecer. Nós estamos preparados para receber as pessoas em segurança, temos uma série de protocolos em rotinas, uma data de estações de desinfeção e o distanciamento", disse o responsável pela marca, Henrique Costa Pereira, à Lusa.
O restaurante reabriu hoje ao público, depois de ter estado a funcionar apenas em regime de entregas ao domicílio, nas últimas semanas.
Segundo o responsável, os funcionários fizeram várias formações 'online', para se prepararem para atender clientes em tempos de covid-19.
"Está a começar devagarinho. Eu acho que as coisas não vão voltar a ser como eram antes, vão ser diferentes. Vamos ver, a retoma acho que será relativamente lenta", admitiu Henrique Costa Pereira.
Munida da sua máscara e sem qualquer receio, Sofia Figueiredo entrou, sentou-se e pediu o seu almoço.
"Acho que é importante voltarmos à normalidade, quer por nós, mas também pelo comércio e os restaurantes, porque há aqui muitos empregos que estão em causa, se nós não retomarmos a normalidade dentro do possível, portanto não tenho de facto nenhum receio", disse a primeira cliente do dia daquele espaço à Lusa, admitindo já sentir "muitas saudades" de ir a um restaurante.
Quanto às normas a seguir, como o uso da máscara ou a desinfeção frequente das mãos, Sofia Figueiredo considerou que, apesar de estranho, é apenas uma questão de hábito.
"É como tudo, é uma questão de hábito, é como usar cinto de segurança no automóvel, ou, fazendo uma analogia com o HIV, é como usar preservativo nas relações sexuais, é basicamente a mesma coisa, pronto, custa um bocadinho no início, mas temos de nos habituar", defendeu.