A Quilaban enviou esta segunda-feira às redações um novo certificado das máscaras compradas pela Direção Geral da Saúde, informando que depois de o certificado anterior ter sido cancelado, foi informada esta segunda-feira pelo fornecedor chinês, a empresa Gansu Changee Bio-pharmaceutical Co., Ltd., de que tinha sido emitido um novo certificado que substituía o anterior e atesta a conformidade das máscaras vendidas ao Estado português.
Recorde-se que no fim de semana o Público noticiou que o certificado das máscaras FFP2, uma encomenda de 9 milhões de euros feita por ajuste direto à empresa do antigo presidente da Associação Nacional de Farmácias, João Cordeiro, tinha a indicação de inválido ou falso no site da ICR Polska, isto depois de a empresa polaca ter anulado todas as certificações emitidas entre 1 e 26 de março devido a certificados inválidos ou falsos.
Durante o fim de semana, o Ministério da Saúde indicou que até ao esclarecimento cabal da situação, as máscaras não seriam pagas nem distribuídas. O i tentou perceber junto da Direção Geral da Saúde, que fez o ajuste direto à Quilaban, se o novo certificado da empresa foi recebido e se as máscaras serão distribuídas e pagas, mas à hora de fecho desta edição não tinha chegado qualquer esclarecimento. “A certificação apresentada era verdadeira e válida e continuou verdadeira e válida através de um novo certificado”, argumenta a Quilaban. “A conformidade da qualidade das máscaras FF92 /KN95 é assegurada, não só por esta certificação, como também pelos testes realizados à produção da Gansu pelo Guandong Testing Institute of Product Quality Supervision ao abrigo da norma Chinesa GB 2626-2006, de resto considerada como equivalente à norma Europeia no âmbito do Decreto-Lei nº 14-E/2020, de 13 de abril”.
Além do certificado inválido no contrato publicado, o Público assinalou que apesar da data de produção no documento ser 29 de março, a data da realização dos testes é apontada como tendo ocorrido a 8 de abril, um dia após a celebração da encomenda com a DGS, um negócio que teve como intermediário os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. Ao mesmo jornal, a ASAE admitiu ter detetado irregularidades que podem indiciar “fraude sobre mercadorias” e autos por “falta de conformidade em equipamento de proteção individual/máscaras”.