«A aceitação da refiliação de Manuel Monteiro é um sinal de reunificação do CDS-PP e de reunião de todos em torno da História do partido. Quando se ambiciona conquistar o futuro, tem de se juntar o passado e não excluir pessoas» escreveu Francisco Rodrigues dos Santos numa nota oficial divulgada nas redes sociais, ilustrada com a foto da entrega do cartão.
Ao SOL Manuel Monteiro explica que o seu regresso será na condição de militante de base. «Entrei para militante de base», ainda que reconheça o peso de ser um ex-presidente do partido. «Se um ex-presidente fala é óbvio que tem outro peso», afirma ao SOL depois de se ter desfiliado há largos anos do CDS e ter fundado o Partido Nova Democracia (extinto em 2015). O tempo agora é do atual presidente do CDS e da sua equipa, são eles que «devem ter o protagonismo principal», advoga Monteiro, acrescentando que não deixará de participar em iniciativas para as quais seja solicitado, sempre que puder. Monteiro recorda que tem sido convidado para participar em videoconferências do partido e da JP ( como aliás fez no passado).
«Não me tenho recusado a dizer presente», acrescenta o antigo líder centrista. Contudo, considera que «ninguém pode esperar nem exigir que ande agora a percorrer o país» porque essa ideia não está «nem esteve nos seus objetivos».
A ideia é contribuir, sempre que possa, para o debate e as ideias no CDS.
Mas o processo de refiliação foi longo, durou mais de sete meses e começou com um impasse. Em setembro de 2019, a concelhia da Póvoa do Varzim aprovou a sua reinscrição por unanimidade. Problema? Na altura a direção do CDS, liderada por Assunção Cristas, estava em plena campanha para as eleições legislativas e o assunto ficou na gaveta até nova ordem. Com o resultado nas legislativas, a então presidente do CDS, Assunção Cristas, demitiu-se e o processo entrou numa fase de impasse até que fossem também eleitos novos órgãos do partido.
Para Manuel Monteiro o assunto está encerrado. «Está ultrapassado e o cartão de filiado regista setembro de 2019 como data de admissão», afirmou o antigo líder do CDS.
Ontem, o presidente centrista Francisco Rodrigues dos Santos foi questionado pelos jornalistas sobre o regresso de Manuel Monteiro ao partido e afirmou: «Quem quer conquistar o futuro tem de saber somar o passado e não excluir ninguém: procurarei que o CDS tenha respeito integral pela sua história e que ninguém se sinta a mais».