A secretária de Estado da Administração Interna garantiu, esta segunda-feira, que o Governo não tentou ocultar “rigorosamente nada do que se está a passar” em relação ao número de meios aéreos que estão disponíveis para combate a incêndios. Em entrevista à SIC Notícias, Patrícia Gaspar explicou que Portugal tem, “neste momento, 28 meios aéreos disponível, face aos 37 que estavam previstos nesta fase”.
A secretária de estado do ministério tutelado por Eduardo Cabrita adiantou que “existe uma providência cautelar que foi colocada relativa ao concurso dos sete helicópteros ligeiros e esses estão de facto atrasados, não estão ainda no terreno”. Sublinhando que “nada foi feito em segredo”, Patrícia Gaspar garantiu que o ministério está a tentar que o processo decorra “da forma mais célere possível, para que os meios possam ficar disponíveis”.
Apesar de ainda não haver uma “perspetiva” quanto a estes sete helicópteros, Patrícia Gaspar adiantou que está previsto que “nos próximos dias” fiquem disponíveis dois aviões de coordenação.
Os esclarecimentos são feitos depois de oo grupo parlamentar do PSD ter questionado o Executivo acerca do combate aos incêndios. No conjunto de perguntas dirigidas aos ministros da Administração Interna e da Defesa, a bancada social-democrata denuncia que o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para 2020 não está a ser cumprindo.
No documento, o PSD sublinha que o DECIR previa que a 15 de maio “estivessem operacionais no combate aos incêndios 14 helicópteros ligeiros (HEBL), 12 helicópteros médios (HEBM), oito aviões bombardeiros (Anfíbios), dois aviões de reconhecimento (AVRAC) e um helicóptero reconhecimento (HERAC)”. No mesmo documento, os deputados concluem que tal não se verifica, apontando que Faltam pelo menos oito helicópteros ligeiros e todas as aeronaves de coordenação”.
A bancada social-democrata alerta ainda para que a falta de meios aéreos operacionais deixam os distritos de Braga, Portalegre, Setúbal e Beja sem qualquer meio aéreo de combate aos incêndios.