O Sindicato dos Trabalhadores e Aviação (SITAVA) contesta o prolongamento do layoff simplificado até ao final de junho, anunciado pela TAP, afirmando que “não podemos nem devemos aceitar” que “se queira transformar uma situação momentânea num novo normal".
Em comunicado, o SITAVA afirma que, neste momento, “algumas companhias já voam para Lisboa e outras nunca deixaram de voar”, mas “a TAP nem parece ter data para iniciar a operação”. “Todos nós andamos no meio, temos informações de vários canais, e sabemos que há procura. Porque é que a administração da TAP não sabe?”, questiona o sindicato.
Na nota, o SITAVA denuncia aquilo que considera ser um “coro aparentemente bem orquestrado a pressionar o governo e os trabalhadores (…) para prolongar o regime simplificado do layoff, por mais uns meses”, considerando que tudo está a ser feito para que este mecanismo seja visto como “uma inevitabilidade” e que existe uma “ameaça velada de que se [os trabalhadores] protestarem será muito pior”.
“Se o governo ceder a esta chantagem, no limite, entrega-lhe uma ferramenta equivalente à do despedimento com justa causa. Ou seja, quando quiserem e tiverem muitas encomendas, mantêm os trabalhadores e pagam-lhe os salários. Por outro lado, quando não quiserem ou houver menos trabalho mandam-nos para casa sem lhes pagar. Isto seria uma violência e uma humilhação para os trabalhadores e suas famílias”, lê-se no comunicado.
Recorde-se que a TAP recorreu, em 2 de abril, ao programa de layoff simplificado, disponibilizado pelo Governo como uma das medidas de apoio às empresas que sofrem os efeitos da pandemia de covid-19, tendo-o posteriormente prolongado até 31 de maio e, na última sexta-feira, até 30 de junho.
A companhia aérea nacional – que, neste momento, está a negociar com o Governo um apoio do Estado à empresa para fazer face à crise – continua com os seus voos suspensos com destino e a partir de Portugal para fora da União Europeia, pelo menos até 15 de junho. Neste momento, cerca de 90% dos colaboradores estão parados, enquanto os restantes 10% trabalham com horário reduzido.