O líder do Chega reage com sarcasmo a declarações de Francisco Rodrigues dos Santos sobre o partido e questiona discurso do CDS e as suas eventuais “linhas vermelhas”.
“Não consegui perceber sequer as linhas vermelhas de Francisco Rodrigues dos Santos e do CDS em relação ao Chega”, começa por dizer André Ventura, em declarações ao i.
“Prisão perpétua? Isso é uma linha vermelha do CDS? Uma medida da mais elementar justiça é que existe na maior parte da União Europeia? Será melhor manter esta ridícula pena máxima de 25 anos para crimes hediondos como homicídio ou terrorismo?”, questiona.
André Ventura faz ainda questão de sublinhar que o seu partido não tem um discurso de ódio, mas que também não quer o discurso arco-íris que por vezes tem o CDS”. “Isso é que mataria a direita de vez”, acrescenta.
E continua: “Discurso de ódio? Qual é o discurso de ódio do Chega : querer que todos tenham direitos mas não deixem de ter deveres? Dizer que há um problema – que tem de ser resolvido – de integração da comunidade cigana em Portugal?”.
Recorde-se que o líder do CDS, quando confrontado com a possibilidade de uma aliança com o Chega durante uma entrevista à TSF, afirmou que há linhas vermelhas no seu partido, como o repúdio ao discurso do ódio.
“O CDS é um partido democrata-cristão que tem valores firmes que são inegociáveis. Se a ideia é transformar o CDS num partido de protesto, que tenha um discurso de ódio, que coloque uma sociedade contra parte de si mesma, que se opte por um populismo agressivo, que semeie o medo e as fraturas sociais, o CDS não vai para esse discurso, como é óbvio”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.
Por outro lado, o líder do CDS não descarta por completo um entendimento à direita, “seja com o PSD, com a Iniciativa Liberal ou com o Chega”, faz questão de deixar a ressalva de que tais acordos terão de respeitar os valores do partido, ou seja que rejeitem a castração química, o confinamento de ciganos ou a prisão perpétua. Três ideias que são bandeira do partido liderado por André Ventura.