Os membros da Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial Volkswagen Autoeuropa (VWAE) consideram não estarem, na maioria das empresas, reunidas as condições para o regresso ao trabalho sete dias por semana, após analisadas as consequências da pandemia de covid-19 nos postos de trabalho e no rendimento dos trabalhadores na maioria das empresas daquele complexo industrial.
Num comunicado enviado às redações nesta sexta-feira, após uma reuni\ao das comissões de trabalhadores das várias empresas que operam naquele complexo industrial, é referido que “das quatro equipas de trabalho existentes anteriormente, apenas três estão no ativo e a assegurar três turnos diários, de segunda a sexta-feira”. As Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial VWAE estão por isso “apreensivas no que respeita a centenas de postos de trabalho, a juntar aos quase mil que já foram para o desemprego”.
“O regime de layoff simplificado aplicado pelo Governo como medida de apoio às empresas deve contemplar a salvaguarda de todos postos de trabalho, independentemente do tipo de contrato de trabalho”, afirmam na nota enviada às redações. “Caso contrário, as empresas beneficiam deste apoio e continuam a enviar trabalhadores para o desemprego, criando um esforço financeiro em duplicado para o sistema de Segurança Social do país. Não podem ser os trabalhadores, como sempre, a suportar a maior fatia da crise”.
Segundo as comissões de trabalhadores, algumas das empresas manifestaram já intenção de não cumprir os acordos assinados com as respetivas comissões de trabalhadores. Caso os compromissos assumidos pelas 19 empresas do parque industrial não sejam cumpridas, a Coordenadora das Comissões de Trabalhadores promete “mobilizar todo o coletivo de trabalhadores no sentido de demostrar claramente que este é um período em que o esforço tem de ser conjunto e repartido entre trabalhadores e administrações”.
A Coordenadora das Comissões de Trabalhadores faz ainda saber que endereçará pedidos de audiências com o Ministério da Economia, o Ministério do Trabalho e, “se necessário, aos próprios conselhos de administração das empresas do Parque Industrial, sejam empresas nacionais ou multinacionais”.