As exportações diminuíram 39,8% e as importações recuaram 39,1% em abril, em comparação com o mesmo mês de 2019, “refletindo os constrangimentos à atividade económica determinados pelas medidas de contenção à disseminação da pandemia covid-19”, divulgou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Refletindo os constrangimentos à atividade económica determinados pelas medidas de contenção à disseminação da pandemia covid-19, quase todas as categorias de produtos apresentaram decréscimos significativos, destacando-se as exportações e importações de ‘material de transporte’ (-77,6% e -75,2%, respetivamente)”, refere o INE.
Segundo o relatório, “a única categoria de produtos a registar um aumento nas exportações (+0,3%) em abril de 2020 foi a de ‘produtos alimentares e bebidas’, enquanto nas importações nenhuma categoria registou aumento.
Em março as exportações já tinham recuado 12,7% e as importações tinham decrescido 11,6%, sendo que, no total dos dois meses com efeitos da pandemia (março e abril de 2020), as exportações e as importações registaram reduções de 25,9% e 25,2%, respetivamente.
Excluindo os combustíveis e lubrificantes, em abril as exportações e as importações diminuíram 38,8% e 37,9%, respetivamente (-13,0% e -12,5%, pela mesma ordem, em março de 2020).
Em abril, o défice da balança comercial de bens registou uma diminuição de 672 milhões de euros face ao mês homólogo de 2019, atingindo 1131 milhões de euros, sendo que, excluindo os combustíveis e lubrificantes, atingiu um saldo negativo de 879 milhões de euros, correspondente a uma diminuição do défice de 468 milhões de euros em relação a abril de 2019.
No que respeita às variações face ao mês anterior, em abril de 2020 as exportações e as importações diminuíram respetivamente 33,6% e 32,4% (-7,3% e -5,0%, pela mesma ordem, em março de 2020).
Já no trimestre terminado em abril de 2020, as exportações e as importações de bens diminuíram respetivamente 17,4% e 16,3% face ao trimestre terminado em abril de 2019 (-3,1% e -4,1%, pela mesma ordem, no primeiro trimestre de 2020).
Importação de produtos associados à covid-19 aumentam 18.7%. Analisando os produtos importados relacionados com a pandemia, o INE nota que, no seu conjunto, registaram um acréscimo de 18,7% em abril, principalmente provenientes da China (+1266,3%), num “aumento absoluto superior comparativamente aos períodos janeiro-fevereiro e março”.
Segundo explica, esta variação foi resultado do acréscimo das importações de equipamentos de proteção (+201,5%), tendo-se verificado “uma forte aceleração face aos períodos anteriores (+31,6% em março e +10,0% no período janeiro-fevereiro de 2020)”.
“Em março, a maior variação absoluta tinha sido registada nos produtos químicos/testes (correspondente a +31,3%), tendo os equipamentos de proteção apresentado também um aumento significativo (+31,6%)”, refere, acrescentando que “as importações de aparelhos ou instrumentos médicos apenas cresceram no período janeiro-fevereiro (+1,1%) verificando, no entanto, o menor acréscimo dos três grupos nesse período”.
Numa análise por grandes categorias económicas de bens, em abril de 2020 face ao mês homólogo de 2019, o INE destaca nas exportações o decréscimo de ‘material de transporte’ (-77,6%) e ‘fornecimentos industriais’ (-27,6%), bem como o único acréscimo nos ‘produtos alimentares e bebidas’ (+0,3%).
Nas importações, o destaque vai também para a diminuição do ‘material de transporte’ (-75,2%) e de ‘fornecimentos industriais’ (-30,4%, principalmente proveniente de Espanha), sendo que nenhuma categoria registou aumento.
Em abril de 2020, tendo em conta os principais países de destino em 2019, nas exportações registaram-se decréscimos para todos os principais parceiros, destacando-se face a abril de 2019, a diminuição para Espanha (-43,3%), principalmente devido aos decréscimos das exportações de ‘material de transporte e fornecimentos industriais’.
Nas importações destacam-se as diminuições de Espanha (-36,7%) e Alemanha (-54,5%), principalmente de ‘material de transporte’, sendo que apenas a China registou um aumento (+26,8%), sobretudo dos ‘bens de consumo’, essencialmente pela importação de material de proteção individual (maioritariamente máscaras).