O eurodeputado Francisco Guerreiro e a deputada municipal Sandra Marques anunciaram a sua saída do PAN.
O anúncio da desfiliação do eurodeputado foi feito numa nota publicada por Francisco Guerreiro, o ainda eurodeputado, que decidiu continuar no Parlamento Europeu como independente. Na nota, Guerreiro explica que o motivo da sua saída se prende com divergências políticas com a direção do partido. «A crescente e vincada colagem do PAN à esquerda – ação que quebra uma das bases filosóficas do partido que não se revê nas dicotomias políticas tradicionais» – foi uma das razões apontadas por Guerreiro. Também o «aumento da agressividade discursiva» e a «ausência de promoção de ações sobre matérias programáticas essenciais», de que deu exemplo o Rendimento Básico Incondicional, «sobretudo em tempos de covid-19», foram outras das razões apontadas.
André Silva, que foi informado da sua saída nessa mesma manhã, acusou o eurodeputado de agir por individualismo, sublinhando a sua «profunda desilusão». «As relações sempre foram difíceis. O partido tentou chamar à atenção e à razão para que a gestão do mandato fosse feita de forma coletiva. Sempre discordámos e esta foi uma decisão errada na medida em que defrauda a decisão dos eleitores há um ano», afirmou o líder do partido, defendendo que «seria correto que tivesse renunciado e cedido o seu lugar numa postura de respeito»,
No mesmo dia, também Sandra Marques, deputada municipal em Cascais e membro da mesa e da comissão política nacional do PAN, se desfiliou do partido. A líder da bancada na Assembleia Municipal de Cascais, que é casada com Francisco Guerreiro, criticou também a forma de comunicação do partido. Numa publicação partilhada no Facebook, queixou-se ainda da «falta de vontade em descentralizar e incluir ideias fora do ‘núcleo duro’ [do partido], à ausência de debate político em matérias tão essenciais como o crescimento do partido no país e no estrangeiro».