A Associação Nacional de Restaurantes, Pro.var, reagiu esta terça-feira ao veto do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o apoio social extraordinário aos sócios-gerentes. Em comunicado, a associação pede que os deputados “estejam à altura das suas responsabilidades e apresentem de imediato e aprovem a medida no âmbito do Orçamento Suplementar”.
A associação avisa ainda que este veto terá consequências uma vez que, no seu entender, “aumenta o grau de incerteza, assistindo-se agora a uma enorme frustração e indignação em todo o setor”.
“A associação relembra que há dias denunciou que os apoios aprovados eram muito insuficientes para fazer face à conjuntura atual, conhecido agora o veto do Presidente da República, no apoio social aos sócios-Gerentes, garante que a situação fica agora ainda mais difícil, prevendo-se o encerramento ainda mais acelerado”, lê-se no comunicado assinado pelo presidente da Pro.var, Daniel Serra.
A mesma nota defende que “muito em breve”, o país poderá assistir ao encerramento de, pelo menos, 40 mil empresas, bem como ao despedimento de 150 mil trabalhadores.
Na base destas conclusões estiveram vários inquéritos e na análise das 812 empresas que responderam entre 13 de abril e 19 de junho e que revelam que mais de 50 % das empresas não tiveram acesso às linhas de crédito de apoio à tesouraria, que metade dos espaços de restauração estão com quebras superiores a 80% e que dois em cada três restaurantes têm quebras superiores a 70%, entre outros.
“Perante tais indicadores podemos assegurar que o setor está em processo acelerado destruição, os resultados de faturação são manifestamente insuficientes para cobrir as despesas e assegura que a manter-se as medidas aprovadas, com este revés e se não forem aprovadas algumas medidas urgentes será o caos”, defende Daniel Serra.
É nesse sentido que a associação apela “à responsabilidade de todos os deputados, que estes exijam dos partidos que representam, a apresentação e votação de propostas, na Assembleia da República, de soluções urgentes para responder à catástrofe que está em curso no setor”.
A Pro.var sugere ainda que sejam aprovadas medidas como o apoio social extraordinário aos sócios-gerentes e rendas variáveis até ao final de 2021, para todos os estabelecimentos de restauração, com a implementação de um novo modelo de cálculo de renda.