A ministra da Saúde não confirmou se levou ou não um raspanete do primeiro-ministro na reunião com os epidemiologistas no Infarmed esta semana. No entanto, fez questão de dizer que se tal tiver acontecido é porque o chefe do Governo "teria certamente razão".
"Se o primeiro-ministro puxou as orelhas à ministra da Saúde, teria certamente razão. Embora os castigos sejam pouco da nossa forma de trabalhar", afirmou Marta Temido, no final do briefing diário das autoridades de saúde, após ter sido confrontada com a alegada repreensão de António Costa, noticiada, na quinta-feira, pela revista Visão.
"Todos começamos a ficar bastante cansados e gostaríamos de poder voltar a página da covid-19. É natural que se perca alguma da tranquilidade e que possamos perguntar-nos se as coisas estão todas a evoluir no sentido que é o melhor", admitiu a ministra, não chegado a confirmar de facto se o episódio tinha ocorrido ou não.
Recorde-se que a Visão, avançou ontem que a ministra estaria a resumir o estado da situação epidémica, tinha acabado de usar a palavra confinamento quando Costa a terá interrompido, cortando-lhe a palavra para lamentar o recurso a esse tipo de linguagem.
A mesma publicação adiantou ainda que o ato do primeiro-ministro terá precipitado o fim da reunião com os técnicos de saúde pública, deixando os restantes presentes, incluindo o Presidente da República, surpreendidos.