O ministro irlandês das Finanças, Paschal Donohoe, foi o nome mais votado para suceder a Mário Centeno na liderança do Eurogrupo. Para trás ficou a espanhola Nadia Calviño e o luxemburguês Pierre Gramegna. Depois de os três candidatos terem feito curtas intervenções, numa reunião à distância devido às restrições relacionadas com a pandemia de covid-19, teve início a votação (secreta e eletrónica), tendo o ministro irlandês obtido – só à segunda volta e depois de afastada a candidatura do luxemburguês (o candidato menos votado) – uma maioria simples, ou seja, os votos de pelo menos 10 dos 19 países da zona euro.
A vitória foi oficializada por Mário Centeno que no Twitter felicitou o seu sucessor. Parabéns ao novo presidente do Eurogrupo”, disse na mensagem. O novo presidente do Eurogrupo assume oficialmente funções na próxima segunda-feira, um dia depois de terminar o mandato de Mário Centeno. Paschal Donohoe liderará os comandos do Eurogrupo durante os próximos dois anos e meio, ou seja, até final de 2022. E deixou muitos surpreendidos, uma vez que, a socialista Nadia Calviño era dada como favorita já que contava com o apoio de vários países, nomeadamente dos dos dois ‘pesos pesados’ da zona euro: Alemanha e França. Portugal foi um dos países que votou na governante da vizinha Espanha.
O primeiro-ministro António Costa também recorreu às redes sociais para felicitar o ex-presidente do Eurogrupo, e o ex-ministro das Finanças do seu Governo, pelo trabalho desempenhado na instituição europeia. Saúdo calorosamente Mário Centeno pelo seu trabalho no Eurogrupo. A sua liderança foi essencial à aprovação do pacote do Eurogrupo para responder à crise económica e social”, disse. Já em relação ao novo presidente desejou “felicidades para o seu mandato”.
Perfil
Donohoe, 45 anos e ministro desde 2017, mostrou-se disponível para apoiar uma recandidatura do português caso Centeno pretende-se manter-se no cargo. Candidatou-se em nome da maior família política europeia, o PPE (centro-direita) onde está integrado o seu Fine Gael.
A recente confirmação de uma solução governativa estável (a aliança tem acordo para governar até ao final de 2022) foi um contributo importante para as aspirações europeias de Paschal Donohoe, uma vez que o titular da chefia do Eurogrupo tem obrigatoriamente de ser simultaneamente ministro das Finanças de um país da moeda única.
O recém-eleito presidente do Eurogrupo já participou na conferência de imprensa por videoconferência, que assinalou ainda a despedida de Centeno, no final de uma reunião que marcou a estreia europeia do ministro português das Finanças, João Leão.
O ex-ministro das finanças garantiu que deixou a liderança do Eurogrupo “em boas mãos”. E lembrou que “estes últimos dois anos mostraram como o Eurogrupo pode liderar não só a zona euro mas o conjunto da UE, ao aproximar ainda mais a União”.